Os consumidores capixabas podem ir preparando o bolso. Com o preço da carne de boi e de porco em alta já há algum tempo, a salvação para muitos passou a ser carne de frango, que é mais em conta. O problema é que agora ela também vai ficar mais cara.
Avicultores do Espírito Santo já dão como certo um aumento de pelo menos 10% nos próximos meses, o que deve acontecer, aliás, em todo o país.
De acordo com o vice-presidente da Associação de Avicultores e Suinocultores do Espírito Santo (Aves/Ases), Volkmar Berger, o aumento no preço do frango será uma consequência da disparada nos preços do milho e da soja, usados para alimentar a criação.
"Hoje existe uma escassez de milho e soja no mundo. Todo mundo lá fora quer comprar o produto brasileiro, porque sabe que o nosso produto é de qualidade. Eles tem dólar na mão, tem poder de barganha maior que o nosso. Favorece o produtor exportar ao invés de abastecer o mercado interno. O milho, por exemplo, que era um produto que custava R$ 90, agora é R$ 107 a saca de 60 quilos”, explica.
O encarecimento do milho e da soja também tem contribuído para que muitos produtores diminuam o ritmo da produção. Com isso, a tendência é que a oferta de frango diminua e contribua também para um aumento dos preços ao consumidor.
"Está havendo desaceleração da produção de modo geral, incluindo o frango. Naturalmente, vai diminuir a oferta desses produtos no mercado e vai aumentar os preços. Isso deve acontecer nos próximos meses. É lei da oferta e da procura, com mais gente procurando e menos produto disponível", afirmou.
Ainda segundo Berger, a expectativa dos produtores é que aconteça uma redução de impostos. Isso poderia evitar ou pelo menos amenizar o aumento dos preços ao consumidor final.
"Estamos muito preocupados e tentando com o governo a redução do impostos de PIS e Cofins da importação, isso pode ajudar (a conter a alta dos preços). É uma incógnita quando exatamente esse aumento vai acontecer, mas a gente prevê um aumento de preço para o consumidor nos próximos meses. Esse aumento só não veio ainda porque o mercado está regulado, ainda tem frango para todos. Quando a oferta diminuir, o aumento é inevitável", conclui.
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