Alguns alimentos básicos que compõem o café da manhã estão sumindo da mesa dos capixabas, como é o caso da manteiga e do queijo. O preço desses laticínios acumula aumento significativo nos últimos 12 meses, o que, aliado ao encarecimento do pão, tem feito o café da manhã ficar cada vez mais "indigesto" para o consumidor do Espírito Santo e também de outros Estados.
Segundo dados Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), indicador medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que é considerado a inflação oficial do país, o valor de venda da manteiga avançou 22,91% no último ano na Grande Vitória. Já o queijo teve uma expansão ainda maior no preço, de 44,38%.
Especialistas contam que a baixa oferta e o período de seca deixaram os derivados do leite bem mais caros. A redução de oferta de um produto causa o aumento de preço e a diminuição da quantidade nas prateleiras, o que pode estar acontecendo com a manteiga e o queijo.
O período de seca provoca a entressafra do leite devido à redução de oferta de alimentos para o gado. Isso influencia nos valores, uma vez que aumenta o custo da comida da vaca leiteira.
O professor de Economia Fabrício Azevedo explica que a manteiga e o queijo foram atingidos pela dificuldade de se manter uma vaca leiteira produtiva. “O período de estiagem afeta o pasto e a produção da ração das vacas leiteiras. Não é uma época propícia à maior produção de leite”, conta o professor sobre um dos motivos do aumento dos derivados.
O economista Mário Vasconcelos explica que o leite, principal componente da manteiga e do queijo, sofreu uma menor alteração no preço, por conta disso, ele acredita que a baixa oferta da manteiga tem causado o preço elevado. “Uma queda da oferta pode ser um fator para o aumento, como o leite teve uma leve redução, eu acredito que seja uma questão de oferta”, diz o economista.
Os especialistas dão dicas de como o consumidor pode economizar na hora de preparar o seu café da manhã. Eles recomendam que o consumidor procure um produto que substitua a função da manteiga, como a margarina, ou procure por marcas mais baratas. Já quanto ao queijo, a opção é consumir menos ou buscar nas feiras, que geralmente têm preços mais acessíveis.
Esse é o caso da professora Jacqueline Rosa, de 51 anos. Ela não deixa de consumir queijo e manteiga, mas sempre busca por marcas e opções que estejam mais acessíveis.
“Mesmo com a alta dos preços não deixo de comprar manteiga e queijo, só pesquiso mais os preços e penso no custo-benefício do produto”, conta a professora.
No caso do barbeiro China, de 44 anos, ele opta na hora de fazer compras por um produto que esteja mais em conta que a manteiga. Ele costuma procurar por requeijão ou margarina, por exemplo. Ele não deixa de consumir o queijo, mas procura por um que o preço não esteja tão alto.
O barbeiro conta que gosta de fazer bolos e, para economizar, costuma fazer alteração na receita: “Se a receita pede três colheres cheias de manteiga, eu reduzo para dois colheres cheias, mas não deixo de fazer bolo”.
Já Luiz Cláudio Matielo, de 53 anos, diz que também prefere trocar a manteiga e comprar um produto que esteja mais barato,
“Eu compro um produto similar mais barato, ou seja, uma margarina”, relata. Quando questionado se economiza na hora de fazer uma receita, o comerciante brinca: "Eu não economizo não, eu deixo de fazer”.
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