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Primeira usina de biometano do ES começa a ser construída em Cariacica

Primeira usina de biometano do ES começa a ser construída em Cariacica

Previsão da Marca Ambiental é inaugurar nova planta de energia renovável no segundo semestre de 2025, com investimento de R$ 70 milhões

Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 18:34

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Usina de biometano nos EUA que será referência para planta no ES
Usina de biometano visitada por diretoria da Marca Ambiental em New Orleans, nos EUA, e que será referência para planta no ES. (Divulgação/Marca Ambiental)

Começou a ser construída a primeira usina de biometano do Espírito Santo. A fábrica, que está sendo instalada pela Marca Ambiental em Cariacica, está prevista para ser inaugurada no segundo semestre de 2025. O projeto está sendo realizado a partir de um investimento de R$ 70 milhões.

O biometano é derivado da purificação do biogás (composto de metano e dióxido de carbono), que é o gás oriundo do processo de decomposição de resíduos orgânicos. A usina, segundo informou a empresa, vai usar material do aterro sanitário de Cariacica com objetivo de produzir e comercializar o biometano via rede de distribuição de gás natural. 

A usina de purificação que será construída em Cariacica terá capacidade de processar 60.000 Nm³/dia de biogás e a termelétrica conta com capacidade instalada de 5MW. A usina de Cariacica vai usar a mesma tecnologia de plantas de biometano dos Estados Unidos. Parte da diretoria e engenharia da Marca Ambiental realizou visitas em usinas nos Estados Unidos — em New Orlens, no estado da Lousiana, e em Memphis, no Tennesse —, durante a implementação do projeto. 

O biometano é um biocombustível gasoso considerado fundamental na transição energética devido a sua capacidade de descarbonizar setores intensivos no consumo de combustíveis fósseis, como a indústria e os transportes.

Primeira usina de biometano do ES começa a ser construída em Cariacica

Segundo a Marca Ambiental, esse projeto vem para complementar a atual geração termelétrica a partir do biogás do mesmo aterro, fazendo com que haja um sistema dual, onde o biogás pode ser aproveitado para duas finalidades distintas: para a geração de energia elétrica e também para a produção de um biocombustível.

O projeto está alinhado à recente aprovação da Lei Federal Combustível do Futuro, que promove a utilização de biocombustíveis como substitutos dos combustíveis fósseis. A iniciativa da redução do ICMS sobre o gás natural no Estado, em 2023, que passou de 17% para 12%, foi um fato animador para projetos do segmento.

Com as últimas leis aprovadas em dezembro, GNV, biogás e biometano também tiveram a mesma redução a partir de 1º de janeiro deste ano, impulsionando ainda mais a transição energética e a sustentabilidade no Estado.

Andamento da obra

Os contratos de fornecimento da unidade de purificação foram firmados em abril de 2024. No momento, segundo a empresa, as obras de preparação do local e as bases civis estão em curso para receber a unidade, sendo realizadas concomitantemente com a implantação de uma nova rede de captação de biogás que abastecerá a usina.

"Após o recebimento dos equipamentos, será iniciada a montagem e integração eletromecânica da planta, que será seguida pelo comissionamento, necessário para a operação plena da unidade", detalha.

Dutos de captação e transporte de biogás da Marca Ambiental
Dutos de captação e transporte de biogás da Marca Ambiental . (Abdo Filho)

Energia limpa a partir do lixo

A empresa detalhou que, desde 2018, a Central de Valorização de Resíduos da Marca Ambiental opera a primeira usina termelétrica do Espírito Santo, que converte o biogás gerado pela decomposição de resíduos orgânicos em energia elétrica.

Agora, com a construção da usina de biometano, o projeto avança na valorização dos resíduos, produzindo um gás renovável que substitui o gás natural fóssil. O biometano contribui para a descarbonização e redução de emissões, com aplicações em veículos e indústrias.

Diogo Ribeiro, diretor de energias renováveis da Marca Ambiental e Grupo Marca, destacou que a nova Lei foi essencial para viabilizar a competitividade do projeto da usina de biometano.

“A competitividade é muito difícil de ser alcançada quando comparamos as escalas dos projetos. Estamos falando de uma usina que precisa purificar o biogás do aterro sanitário, competindo com as gigantes do petróleo que, muitas vezes, até queimam o gás produzido. Dessa forma, ao reduzir o ICMS, conseguimos trabalhar com preços melhores, sem impactar no valor final do produto”, explicou.

Além da usina de Cariacica, a Marca Ambiental está acelerando estudos para viabilizar a produção de biometano no aterro de Linhares. “Esse é um aterro compacto, mas com a redução do ICMS, ele poderá entrar em operação muito antes do esperado”, complementou o diretor.

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