O Procon de São Paulo notificou o PicPay e pediu esclarecimentos a respeito de problemas em transferências, estorno de operações e impossibilidade de acesso aos saldos relatados por usuários do app. O sistema da empresa foi criticado por usuários que tentaram fazer a transferência dos valores do auxílio emergencial, originalmente depositados em conta digital acessível pelo Caixa Tem.
Eles se queixam de um "sumiço" do dinheiro do auxílio no aplicativo e sufoco para transferir o recurso da conta digital da Caixa para o app ou mesmo solicitar o saque do benefício já na carteira do PicPay no banco. No início do mês, a hashtag #PicPayDevolveMeuDinheiro ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter. Na ocasião, a empresa disse que o dinheiro não havia sumido, apenas voltado para o Caixa Tem.
Em resposta ao Procon-SP, a empresa informou que as ocorrências estão, de fato, relacionadas ao auxílio emergencial. Contudo, segundo o órgão, o PicPay não demonstrou se o consumidor é devidamente informado sobre como utilizar os serviços corretamente. A instituição também não especificou a quantidade de problemas verificados.
"Não fica comprovado na resposta que orientações como o tempo limite do código da operação (que após 30 minutos pode ser considerado inválido), procedimentos que podem gerar bloqueios preventivos (até mesmo de consulta ao saldo) e regras de aporte foram devidamente informados aos consumidores que fizeram uso do serviço. Além disso, o PicPay apontou a existência de problemas na validação das informações quando da utilização do cartão virtual e instabilidades no sistema", afirma o órgão.
Ainda de acordo com o Procon-SP, analistas estão apurando se houve irregularidades e, caso sejam constatadas, a empresa será multada conforme prevê o Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
Em nota, o PicPay afirmou que esclareceu ao órgão que não houve qualquer falha nos sistemas. "Foi explicitado também que o PicPay tem acolhido e orientado seus clientes da melhor forma, informando, inclusive, que no caso de débito indevido no cartão, o usuário deve solicitar à Caixa o estorno. O Procon não solicitou esclarecimentos adicionais e permanecemos à disposição para detalhar qualquer informação sobre o assunto."
O Procon do Espírito Santo já tinha notificado a empresa em 7 de julho pelos mesmos motivos. Na ocasião, o órgão informou que já haviam sido registradas mais de 180 reclamações contra a empresa.
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