A produção industrial do Espírito Santo voltou a ter resultado positivo no mês de fevereiro, avançando 4,6%, após o tombo de mais de 10% em janeiro. Foi o segundo melhor desempenho mensal no país, que teve retração média de 0,7%.
É o quinto melhor resultado para um mês de fevereiro desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2002, e o terceiro melhor resultado desde o início da pandemia do novo coronavírus, empatado com o desempenho mensal de setembro (4,6%).
Apesar disso, o resultado é negativo em outras bases de comparação. Em fevereiro do ano passado, no período pré-crise, por exemplo, o avanço havia sido de 7,2% - até então, o melhor resultado desde fevereiro de 2016.
O recuo em relação a fevereiro de 2020 foi de 10,1%, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) Regional divulgados pelo IBGE na manhã desta quinta-feira (8).
O resultado fraco das indústrias capixabas em comparação com o mesmo período do ano passado está principalmente ligado ao desempenho das indústrias extrativas, cujas atividades apresentaram retração de 31,2%. O desempenho é um reflexo da queda na produção de pelotas de minério de ferro que está em patamar abaixo do observado em anos anteriores, e também da extração de petróleo e gás, que está menor por conta da crise.
O indicador também é puxado para baixo pela fabricação de produtos alimentícios, que recuou 26,6% na comparação com fevereiro do ano passado.
Por outro lado, houve avanço nos demais segmentos. O setor de celulose, que tem registrado melhora consistente ao longo dos meses, cresceu 69,2% em relação ao segundo mês do ano passado.
A fabricação de minerais não-metálicos também acompanhou o movimento de crescimento, com avanço de 17,9%. Já a produção das indústrias de transformação aumentou em 2%.
As atividades do setor metalúrgico ficaram praticamente estáveis naquele mês, mas também tiveram variação positiva, de 0,5%.
No resultado acumulado no ano, a retração média foi de 9,3%, em comparação ao mesmo período de 2020. Já no acumulado em 12 meses, a produção industrial do Espírito Santo recuou 14,1%, também sob efeito da pandemia do novo coronavírus - o pior resultado entre os 15 Estados pesquisados pelo IBGE.
Após nove meses de crescimento, a produção industrial do país recuou 0,7% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Naquele mês, dez dos 15 locais pesquisados pelo IBGE tiveram queda na produção industrial.
O desempenho fraco, segundo Bernardo Almeida, gerente da pesquisa, deve-se em grande parte às reduções na produção da indústria alimentícia e na de derivados de petróleo em São Paulo, e na diminuição das atividades extrativas no Pará.
As retrações mais acentuadas ocorreram no Ceará (-7,7%), Pará (-7,4%) e Bahia (-5,8%), enquanto os maiores avanços foram no Mato Grosso (7,3%) e Espírito Santo (4,6%).
Na comparação com fevereiro de 2020, a indústria nacional cresceu 0,4%. Já no acumulado em 12 meses, recuou 4,2%.
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