A produção industrial do Espírito Santo cresceu acima da média nacional em 2021. De janeiro a dezembro do ano passado, o desempenho da indústria capixaba cresceu 4,9%, enquanto a nível nacional o setor teve alta de 3,9%.
Com o resultado, o Estado volta a encerrar o ano com saldo positivo da produção industrial – o último havia sido em 2017 (1,7%) – e registra sua melhor performance desde 2014 (5,6%).
Segundo os dados da Produção Industrial do Espírito Santo (PIM-PF), publicados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), em 2018, a queda foi de 1,7%, em 2019, a retração foi de 15,1% e, em 2020, de -14,5%.
A economista-chefe da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e gerente-executiva do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies), Marília Silva, explica que esse diferencial de desempenho entre o Estado e o país ocorreu por causa da maior participação das commodities da indústria de transformação.
“Entre elas estão aço, celulose e rochas ornamentais, na estrutura produtiva capixaba que torna a sua dinâmica industrial mais atrelada ao comportamento do mercado externo. Em 2021, o cenário externo foi atrativo para as exportações desses produtos, o que impulsionou a produção do Espírito Santo”, elenca.
De acordo com a presidente da Findes, Cris Samorini, o desempenho da produção industrial poderia ter sido melhor caso não houvesse a influência de fatores como: a escassez e o encarecimento de insumos, a alta do preço da eletricidade causada pela crise hídrica e a elevação dos juros.
Para ela, alguns desses pontos – a exemplo da inflação e dos custos produtivos – permanecem como desafios para este ano.
No Espírito Santo, o crescimento da indústria foi puxado principalmente pela indústria de transformação (15,2%). Segundo a economista-chefe da Findes, Marília Silva, contribuíram para esse resultado a melhora da demanda e dos preços das commodities (metálicas e celulose), a retomada da economia mundial e o crescimento do setor da construção.
Em 2021, houve crescimento em todas as atividades que compõem a indústria da transformação: metalurgia (24,1%); produtos de minerais não-metálicos (17,2%); celulose, papel e produtos de papel (13,8%); e produtos alimentícios (5,6%).
Por outro lado, a retração da indústria extrativa exerceu uma espécie de freio sobre a indústria geral no Estado ao longo de 2021, caindo 11,5%.
* Com informações da Findes
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