> >
Profissional de aplicativo trabalha mais horas, mas ganha menos no ES

Profissional de aplicativo trabalha mais horas, mas ganha menos no ES

Pesquisa inédita feita pelo IBGE mostra que, embora a carga horário desses trabalhadores seja maior que a média, o rendimento é menor

Publicado em 25 de outubro de 2023 às 11:40

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Motorista de aplicativo
Motorista de aplicativo trabalha, em média, mais horas, mas ganha menos. (pvproductions/Freepik)
Profissional de aplicativo trabalha mais horas, mas ganha menos no ES

Os profissionais de aplicativos no Espírito Santo trabalham, em média, cinco horas semanais a mais do que os demais trabalhadores e, ainda assim, ganham menos por mês, segundo pesquisa do IBGE divulgada nesta quarta-feira (25). Chamados de trabalhadores plataformizados, eles atuam em média 45,1 horas por semana, jornada 5,3 horas maior que a dos demais ocupados (39,8 horas).

O salário, porém, não reflete as horas adicionais. Enquanto os outros trabalhadores tiveram rendimento médio mensal de R$ 2.461 no último trimestre de 2022, entre os plataformizados, esse valor foi de R$ 2.426, ou seja, R$ 35 a menos.

A diferença é  ainda mais visível quando se observa o valor recebido por hora de trabalho. Entre os trabalhadores de aplicativo, a hora média de trabalho equivale a R$ 13,4. Já os demais trabalhadores têm valor médio por hora de R$ 15,4 — uma diferença de 15%.

Os dados são do inédito módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado hoje pelo IBGE. As estatísticas são experimentais, ou seja, estão em fase de teste e sob avaliação. A pesquisa é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).

No 4º trimestre de 2022, o Espírito Santo tinha 28 mil pessoas trabalhando  por meio de plataformas digitais. Desse total, 19 mil tinham o trabalho através de aplicativos de serviços como atividade principal. Esse grupo inclui aqueles que fazem transporte de passageiros ou entregas e serviços, seja de carro, seja de moto. 

Perfil dos trabalhadores de aplicativos

Não há dados específicos do Espírito Santo a respeito de quem são esses trabalhadores plataformizados. Segundo dados nacionais, a maioria era homem (81,3%), em uma proporção muito maior que a média geral dos trabalhadores ocupados no setor privado (59,1%).

“Há mais homens entre os plataformizados porque a maior parte dos trabalhadores por aplicativo são condutores de automóveis e motocicletas, ocupações majoritariamente masculinas”, explica Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.

O grupo de 25 a 39 anos correspondia a quase metade (48,4%) das pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais.

Quanto à escolaridade, os plataformizados concentravam-se nos níveis médio completo ou superior incompleto (61,3%). É a mesma faixa que lidera no total de ocupados (43,4%), mas em proporção maior para os plataformizados. Já a população sem instrução e com fundamental incompleto era a menor entre os plataformizados (8,1%), mas correspondia a 22,8% do total de ocupados.

Cerca de 77,1% dos plataformizados eram trabalhadores por conta própria, contra 29,2% para os não plataformizados.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais