> >
Puxado pelo comércio, PIB do ES cresce e volta ao patamar pré-pandemia

Puxado pelo comércio, PIB do ES cresce e volta ao patamar pré-pandemia

Dados foram divulgados pelo Instituto Jones dos Santos Neves. O Estado cresceu 0,4% no segundo trimestre em comparação ao primeiro trimestre de 2021. Brasil teve desempenho negativo no período

Publicado em 15 de setembro de 2021 às 16:16

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Movimento de pessoas no comércio da Glória, em Vila Velha
Movimento de pessoas no comércio da Glória, em Vila Velha. (Ricardo Medeiros)

Os meses de abril, maio e junho trouxeram bons resultados para a economia capixaba. Puxado pelo setor do comércio, o Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo cresceu 0,4% no período em comparação ao primeiro trimestre de 2021, e voltou a atingir os índices pré-pandemia. 

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). O crescimento apresentado pelo PIB no Espírito Santo foi superior ao do Brasil, que teve queda de -0,1% no segundo trimestre deste ano. Ao todo, a economia do Estado produziu R$ 40 bilhões durante esse período.

“Podemos afirmar, dado esse momento de recuperação da economia, que nos encontramos a níveis de pré-pandemia. Porém, a gente ainda tem um caminho a percorrer para alcançar aquele nível de atividade que a gente tinha em 2014, quando a economia vinha em uma crescente”, destacou o coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, Antônio Freislebem.

Puxado pelo comércio, PIB do ES cresce e volta ao patamar pré-pandemia

DESEMPENHO DO COMÉRCIO

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, em 2020, o avanço da economia do Estado foi de 15,1%. Já o acumulado do ano, até junho, foi de 7,9%, crescimento que foi comemorado pelo presidente do IJSN, Daniel Cerqueira.  "Estamos falando de sinais de reativação da nossa economia", afirmou.

O resultado, segundo Cerqueira, indica que o Espírito Santo está se recuperando da crise provocada pela pandemia, impulsionado, sobretudo, pelo comércio. No acumulado do ano (seis primeiros meses), o setor cresceu 23,3%.

"O desempenho ficou muito acima do Brasil, com crescimento forte das atividades de comércio, que refletem o retorno de várias atividades econômicas no Estado", destacou.

Uma das surpresas foi o avanço do setor de serviços, que registrou aumento de 7,1% no primeiro semestre deste ano. O segmento vinha apresentando comportamento negativo por conta das restrições impostas pelo coronavírus no Estado. Já a indústria em geral teve aumento de 11,3%, apesar do recuo de 14,1% na indústria extrativa, influenciada pela queda na produção de minério de ferro.

INFLAÇÃO É UM DESAFIO

O PIB é o valor de tudo o que é produzido na economia. No segundo trimestre do ano passado, devido às medidas de restrição de circulação de pessoas e no comércio adotadas para frear o avanço da Covid-19, o indicador apresentou grande queda. Mas, desde então, os índices econômicos têm crescido no Estado.

Embora o cenário seja de recuperação, e o avanço da vacinação no país anime os especialistas, Cerqueira alerta  para alguns fatores no cenário nacional que trazem riscos para as atividades econômicas e geram preocupação no Estado. 

"Há muito tempo não tínhamos índices como este da inflação. O aumento da inflação corrói o poder de compra do trabalhador e cria um freio no crescimento das atividades econômicas no futuro. Outro ponto é a questão da política energética. A gente tem uma possibilidade real de racionamento e não podemos de deixar de levar isso em conta", destacou. 

Segundo dados apresentados pelo IJSN, a inflação registrou um aumento de 4,3% no Espírito Santo no acumulado do ano (primeiro semestre). Os principais grupos que contribuíram para esse crescimento foram o setor de Transportes (+10,1%), Educação (+7,9%) e artigos de residência (+6,3%).

"Se a gente olhar os últimos 12 meses, a inflação já superou os dois dígitos. Nós temos inflação de mais de 10% na Região Metropolitana de Vitória. É um fenômeno que traz grande preocupação à nossa economia", pontuou Freislebem.

A crise energética, por sua vez, tem implicado no aumento da conta de luz a curto prazo, mas pode levar a um racionamento, o que, segundo Freislebem, prejudicaria as atividades econômicas.

"Se faltar energia, vai ser muito ruim particularmente para a indústria, em um momento que ela começa a fortalecer essa fase de recuperação da economia", frisou. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais