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Quase metade das famílias é comandada por mulheres no ES, mostra Censo

Quase metade das famílias é comandada por mulheres no ES, mostra Censo

IBGE também revela que 28% das mulheres chefes de família no ES são mães solo. Dados são do levantamento feito em 2022

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 14:13

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A parcela de mulheres identificadas como responsáveis pelos lares aumentou no Espírito Santo, chegando a quase metade do total. É o que indicam novos dados do Censo Demográfico divulgados nesta sexta (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento de 2022 mostra que os homens são responsáveis por gerenciar quase 780 mil lares.  Já 650 mil domicílios (45,5% do total) são chefiados por mulheres no Espírito Santo. Em 2010, o percentual de casas que tinham elas no comando era de 35,8%.

No Espírito Santo, quase 28% das mulheres chefes de família são mães solo. Ao todo, são 184.412 lares nessa situação. Enquanto os pais solos, líderes do domicílio, alcançam 30.152, ou seja, 3,8% das casas comandadas pelo sexo masculino.

No Brasil, as casas de mães solos representam aproximadamente um terço dos domicílios chefiados por mulheres. Essa parcela, que soma 10.321.121 unidades domésticas, é muito mais alta do que as que estão nessa situação chefiadas por homens, que chegam a 4,4%, ou 1.1614.614 domicílios particulares.

Mulheres chefes de família e mãe solo crescem no Espírito Santo
Mulheres chefes de família e mãe solo crescem no Espírito Santo. (Freepik)

Dados do Brasil

Os dados foram registrados pelo Censo Demográfico 2022 e divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (25).

Essa divisão, que indica um perfil de monoparentalidade muito mais feminino, foi verificada em meio ao aumento da proporção de mulheres como responsáveis por lares desde o último levantamento, em 2010, chegando praticamente à metade dos 72.522.372 domicílios particulares no Brasil.

Do total dessas unidades domésticas, 16,5%, cerca de 12 milhões, têm um responsável sem cônjuge e com filhos, parcela que mudou pouco desde o recenseamento de 2010 (16,3%).

Já a proporção de lares com mulheres nessa situação caiu de 36,9% em 2010 para 29% em 2022.

Entre as unidades federativas, a proporção de lares com responsáveis mulheres com filhos e sem cônjuge é maior em Sergipe (33,5%), Amapá (33,5%) e Distrito Federal (32,9%). No outro extremo estão Santa Catarina (22,9%), Rio Grande do Sul (24,8%) e Mato Grosso (24,9%).

Um dos fatores que pode ajudar a explicar a predominância feminina é uma tendência de os filhos ficarem com a mãe. "No caso de separação de um casal, em geral, o filho fica com a mãe", diz Marcio Minamiguchi, gerente de estimativas e projeções da população do IBGE. "Ou mesmo no caso de mulheres com filhos sem ter tido um casamento ou uma relação conjugal com alguém."

Pesquisa Datafolha realizada em janeiro de 2023 também mostrou que 55% das mães brasileiras são solteiras, viúvas ou divorciadas. Ainda, o número de crianças registradas no Brasil sem o nome do pai tem crescido e chegou a 173.590 em 2023, de acordo com levantamento da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), responsável pelos cartórios.

Já os domicílios com responsável e cônjuge sem filhos chegaram a 20,2% dos 72 milhões registrados pelo Censo em 2022. O aumento desse grupo desde o recenseamento de 2010 é um reflexo da diminuição do número de filhos e também das mudanças na composição das famílias.

"As categorias com filhos diminuem em relação a 2010, principalmente quando há filhos de ambos", afirma Minamiguchi.

A participação desse grupo caiu de 41,3% em 2010 para 30,7% no recenseamento de 2022. A queda foi mais acentuada entre os domicílios com responsáveis do sexo masculino, que foi de 19 milhões para 14,3 milhões.

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