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R$ 1,6 bilhão: com dinheiro do petróleo, ES bate recorde de superávit

R$ 1,6 bilhão: com dinheiro do petróleo, ES bate recorde de superávit

O número, porém, é um ponto fora da curva, já que tal valor só foi alcançado com o dinheiro proveniente do acordo do Parque das Baleias e do megaleilão Cessão Onerosa

Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 12:42

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FPSO Capixaba, da Petrobras, que produz e armazena petróleo no campo de Cachalote, no Parque das Baleias. (Agência Petrobras)

O governo do Espírito Santo fechou o ano de 2019 com um superavit de caixa de R$ 1,6 bilhão: o maior resultado da história. É isso que aponta o demonstrativo de resultado de caixa do tesouro estadual, publicado nesta quinta-feira (30), no Diário Oficial do Estado. Somado com o valor que já estava em caixa antes de 2019, o resultado chega a R$ 2,2 bilhões.

O número, porém, é um ponto fora da curva, já que tal valor só foi alcançado com o dinheiro extra proveniente do acordo do Parque das Baleias do megaleilão da Cessão Onerosa - ambas receitas do petróleo. Somadas, as duas verbas acrescentaram mais de R$ 1 bilhão aos cofres estaduais (sendo R$ 160 milhões do megaleilão e o restante referente ao Parque das Baleias).

A principal receita veio com a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),  com R$ 8,3 bilhões. Na sequência aparece o Fundo de Repasse aos Estados, com R$ 1,5 bilhão. Royalties de petróleo e de participação especial somam R$ 1,7 bilhão. O total de receitas foi R$ 13,9 bilhões.

De acordo com o secretário de Estado da Fazenda, Rogelio Pegoretti, se forem desconsiderados tais receitas excepcionais do petróleo, o Estado apresenta superávit de aproximadamente R$ 500 milhões - patamar mais próximo da variação dos últimos anos, que foi de R$ 700 milhões (2018) e R$ 331 milhões (2017).

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Não há perspectiva de que esse resultado seja repetido agora em 2020, principalmente porque cerca de 80% do superávit veio por conta de duas ações pontuais sobre as quais não há qualquer expectativa de repetição

Rogelio Pegoretti
Secretário de Estado da Fazenda
Aspas de citação

“Então, não podemos prever ampliar os gastos obrigatórios com base nisso - como gastos com folha”, acrescentou o secretário.

Já as principais despesas estão com o pagamento de pessoal e encargos sociais - totalizando R$ 5,7 bilhões. O total das despesas foi R$ 12,3 bilhões.

DINHEIRO NÃO PODE SER USADO PARA QUALQUER FINALIDADE

Rogelio Pegoretti explicou ainda que mesmo com tal superávit, esse dinheiro proveniente do petróleo não pode ser utilizado para a construção de hospitais, ou escolas, por exemplo. “Dentro desse valor já temos grande parte que está no Fundo de Infraestrutura - e só pode ser utilizado para obras estruturais; tem R$ 160 milhões que estão no Fundo Soberano e que deve ser utilizado como uma espécie de poupança. Por isso a análise do resultado exige certa cautela”, explica.

O saldo em caixa é diferente do que é considerado superavit primário - definido pelor esultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com pagamento de juros.

Outro ponto de atenção, segundo informou o secretário, é o julgamento sobre a divisão dos royalties do petróleo, previsto para acontecer em abril no Supremo Tribunal Federal (STF). “Esse julgamento pode nos causar um impacto de R$ 1 bilhão. Sem contar que as nossas receitas de royalties esse ano já deverão ser menores que as do ano passado por conta da redução da produção com o amadurecimento dos poços”, avalia.

CHUVA VAI REDUZIR RECEITAS E AUMENTAR DESPESAS

O estrago causado pelas chuvas, que atingiram o Sul do Estado nas últimas semanas, deverá impactar os cofres estaduais de duas maneiras diferentes: com o aumento de gastos - para a reconstrução das cidades -, e a redução da arrecadação - já que o comércio dos municípios pode demorar até seis meses para se recuperar.

“A chuva desse ano atingiu o comércio, a indústria e o produtor rural. Por algum tempo as pessoas não vão ter o que comercializar. Além disso, cerca de R$ 500 milhões devem ser investidos para a reconstrução dos municípios e assistência às vítimas”, conclui o secretário.

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