A Justiça estadual aprovou, no dia 10 de abril, a recuperação judicial da Calçados Itapuã, que declarou dívida que supera os R$ 131 milhões. Ainda neste mês, cerca de 30 dias após a decisão, a empresa deve iniciar o pagamento dos cerca de 600 credores, começando pelos trabalhadores, segundo o plano aprovado em julho do ano passado.
A Itapuã está entre as seis empresas que ingressaram com pedidos de recuperação judicial nos últimos dois anos na Vara de Recuperação Judicial e Falência da Comarca de Vitória. Juntas declararam dívidas que superam os R$ 480 milhões. Entre os motivos alegados estão as crises econômico-financeiras vivenciadas pelo país a partir de 2008; a pandemia de Covid-19 e os seus reflexos; e a desvalorização cambial.
Em sua decisão, o juiz Marcos Pereira Sanches informou que “o instituto da recuperação judicial, concebido por meio da Lei nº 11.101/05, caracteriza-se por ser um procedimento que visa a preservar o funcionamento da empresa viável que atravessa período de crise econômico-financeira”.
O advogado da Itapuã, Alexandre Puppim, destacou que a homologação da recuperação judicial, assim como o apoio dos credores, foi importante para que a empresa possa continuar exercendo a sua atividade.
Assinala ainda que a empresa continuará adotando medidas de redução de custo e de despesas. “O objetivo é se manter no mercado, que, neste tipo de atividade, é bem competitivo, buscando fazer o dever de casa, fortalecer o comércio eletrônico e alternativas para se manter viável.”
Entre os credores estão micro e pequenos empresários, trabalhadores, bancos, entre outros. A dívida declarada à Justiça, de R$ 131 milhões, teve seu valor alterado. “Sofreu um deságio de 60%, que será pago ao longo dos 12 anos previstos no plano”, informou o advogado.
Em documento à Justiça, a empresa informou que iniciou suas operações em 1956, em Cachoeiro de Itapemirim, e começou a enfrentar dificuldades a partir da crise financeira de 2014 que afetou o país. Cenário que foi abalado ainda mais com os efeitos da pandemia, em 2020.
“A Covid não apenas piorou, em muito, o cenário econômico da autora (Calçados Itapuã), como continua sendo uma triste realidade a dificultar o regular desenvolvimento de sua atividade econômica, ao ponto de poder vir a tornar impossível a perpetuação da empresa sem o processamento da presente recuperação judicial”, foi dito no texto entregue à Justiça estadual.
Seu pedido de recuperação foi apresentado em abril de 2021 e foi deferido em maio do mesmo ano. A empresa teve seu plano de recuperação aprovado pela assembleia dos credores em 2022. Na época, a dívida declarada foi de R$ 131.049.763,27.
Na ocasião, o advogado da Itapuã, Alexandre Puppim, informou que a empresa estava fazendo “o dever de casa e que buscou todas as formas de preservar a sua atuação”. Acrescentou que uma resposta a esta iniciativa foi a aprovação do plano de recuperação em assembleia dos credores.
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