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Reforma tributária será votada nesta quarta (8); entenda o que muda

Reforma tributária será votada nesta quarta (8); entenda o que muda

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) mexe com os mais diferentes segmentos e prevê uma série de produtos e serviços com imposto reduzido ou zerado, além de benefícios fiscais; saiba mais

Publicado em 8 de novembro de 2023 às 11:22

Ícone - Tempo de Leitura 6min de leitura

Após 30 anos de debates, a reforma tributária pode ser finalmente votada no Senado. Aprovada, na terça-feira (7), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, o texto-base do projeto — que busca simplificar o sistema tributário brasileiro — está previsto para ir a plenário na tarde desta quarta (8).

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) mexe com os mais diferentes segmentos e prevê uma série de produtos e serviços com imposto reduzido ou zerado, além de benefícios fiscais — parte deles, como cashback para gás e incentivo à produção de carro a álcool, foi incluído pelo relator do texto, Eduardo Braga (MDB-AM), na terça-feira (7), para destravar a votação no plenário.

A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados em julho deste ano, mas passou por alterações significativas após chegar ao Senado. Se aprovada pelos senadores, o projeto será novamente remetido ao crivo dos deputados; para que avance, é preciso que 3/5 da Casa (49 votos) sejam favoráveis.

Confira as principais mudanças:

Unificação de tributos

Trava de referência

“O principal legado é estabelecer uma trava sobre a carga tributária, que não permitirá que haja aumento de imposto para o contribuinte. Pela fórmula apresentada no relatório, quando o PIB for zero, [o governo] não poderá aumentar a carga tributária. Quando o PIB for negativo, não terá aumento de carga tributária”, garantiu Braga.

Tratamentos especiais 

Regimes específicos

Isenção total da alíquota

Alíquota reduzida em 60%

Redução da alíquota em 30%

“Imposto do pecado”

Alguns produtos, como bebidas alcoólicas e cigarros, terão uma carga tributária maior, pois farão parte da lista do "imposto do pecado".

Por meio do Imposto Seletivo, que substituirá o IPI, haverá um desincentivo à produção, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Os senadores também aprovaram a obrigatoriedade do Imposto Seletivo (IS) sobre armas e munições (exceto para a administração pública).

Cesta básica

A reforma também prevê a criação de uma Cesta Básica Nacional de Alimentos, cujos itens — como arroz, feijão, entre outros — serão isentos de impostos. Os produtos da cesta serão definidos por lei complementar.

Cashback

Uma forma de compensar os mais pobres pela carga tributária existente no país será por meio de um sistema de reembolso, em que haverá devolução de parte do CBS (contribuições federais) e do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) — que ocupará o lugar do ICMS e do ISS.

A ideia geral, entretanto, é que, o consumidor que tem menor poder aquisitivo seja reembolsado dos tributos incidentes sobre as compras de produtos como carnes e itens de higiene pessoal e limpeza, de modo que o impacto da carga fiscal do consumo seja minimizado. Esse “desconto” deve ser de 60%.

A população de baixa renda também deve ter direito à devolução de parte do imposto cobrado na conta de luz e no gás de cozinha, pela proposta do relator no Senado.

Fundo de Desenvolvimento

Fundo de Compensação

O Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, por sua vez, foi criado para compensar, até 31 de dezembro de 2032, as pessoas jurídicas beneficiárias de isenções e incentivos fiscais associados ao ICMS, que será substituído pelo IBS.

Essas isenções fazem parte de uma estratégia utilizada pelos Estados para atraírem empresas e investimentos.

Transição longa

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