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Reforma tributária: transição longa permite que ES mantenha contas sob controle

Reforma tributária: transição longa permite que ES mantenha contas sob controle

Na proposta estão previstos 50 anos, tempo que, na avaliação do economista José Teófilo Oliveira, vai dar fôlego para Estado e municípios se organizarem

Publicado em 4 de setembro de 2023 às 16:15

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Reforma tributária
A reforma prevê a simplificação do sistema tributário do país. (Shutterstock)

A transição federativa longa da reforma tributária, de 50 anos, vai dar fôlego ao Espírito Santo e aos municípios capixabas para que se organizem, de modo a se prevenir contra grandes prejuízos decorrentes da queda de arrecadação. A avaliação é do economista José Teófilo Oliveira, ex-secretário estadual da Fazenda.

Embora considere que alguns pontos da reforma tributária podem abalar significativamente as receitas do Estado e dos municípios nos próximos anos, José Teófilo avalia que o projeto, com votação no Senado prevista para outubro, é benéfico, de modo geral, sobretudo pela ótica de simplificação do sistema tributário.

“A reforma é positiva para o país, e quando falo isso, quero dizer que vai simplificar muito a tributação sobre o consumo no país, porque vai eliminar cinco impostos, instituindo dois. Essa simplificação é muito positiva.”

Em contrapartida, ele aponta que o impacto sobre a arrecadação do Estado e dos municípios do Espírito Santo é algo que deve trazer preocupação nos próximos anos, porque tanto Estado quanto municípios viverão em risco de perda de receitas nas próximas duas décadas.

Reforma tributária transição longa permite que ES mantenha contas sob controle

A proposta, que incide especialmente sobre o consumo de bens e serviços, prevê, em sua última etapa, a mudança no local de cobrança dos impostos. Atualmente, os tributos são cobrados onde os bens são fabricados (origem). Após a transição, o pagamento ocorrerá no destino, ou seja, onde são consumidos.

Por ser um Estado pequeno, com número menor de consumidores, mas com muitas empresas que produzem localmente e vendem para outros locais, o Espírito Santo tende a ser prejudicado pela mudança, embora também conte com outras fontes de arrecadação, como os royalties de petróleo, participações especiais, repasses federais, entre outras.

O economista pondera, então, que não há razão para desespero. O que o momento pede é planejamento.

“Não tem nenhuma crise absurda de arrecadação anunciada, mas deveria haver preocupação quanto a manter os gastos estaduais e municipais sob controle, evitar que os gastos cresçam muito, porque, lá na frente, pode complicar se tiver uma receita com pouco crescimento.”

Diante disso, ele frisa que a transição longa é de grande importância, porque dá tempo a Estado e municípios adotarem práticas que minimizem as perdas quando as mudanças, de fato, entrarem em curso.

“Acho que temos um tempo razoável para buscar mais controle dos gastos públicos e ganhar eficiência. Os famosos desperdícios têm que ser cortados. O uso de tecnologia é importante para reduzir custos, controle de pessoal, controle do pagamento de aposentadorias e pensões. Essas coisas todas têm que ter vistas para não haver problemas lá na frente.”

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