Pressionada pelos gastos com saúde e cuidados pessoais, a inflação na Grande Vitória, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançou 0,38% em abril em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora tenha desacelerado em relação a março, quando houve alta de 1,1%, é o pior resultado para um mês de abril desde 2016 (0,62%).
No ano, o IPCA acumula alta de 2,94% nas cinco cidades (Vitória, Serra, Cariacica, Vila Velha e Viana). Hoje, a meta central de inflação do Banco Central para o ano é de 3,75%, com tolerância de 1,5% para cima (5,25%) ou para baixo (2,25%).
Já a projeção de inflação está em 5,06%, pouco abaixo do teto da meta. Ou seja, o IPCA na Grande Vitória subiu, em quatro meses, mais que 58,1% do indexador projetado para 2021, e 78,4% da meta central da inflação. No acumulado em 12 meses, o avanço do indicador é de 7,53%.
No mês passado, foram os gastos com saúde que mais pesaram no bolso do consumidor (1,45%). A principal influência desse resultado foi o aumento dos preços dos produtos farmacêuticos, que registraram encarecimento médio de 3,23%. Entre os produtos com maior alta estão os remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,68%), e os psicotrópicos e anorexígenos (5,65%).
O motivo para a alta, em meio à pandemia da Covid-19, é que, em 1º de abril, foi autorizado pelo governo federal o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica.
Na sequências, as maiores variações foram dos gastos com artigos para residência (0,75%) e vestuário (0,72%). O setor têxtil ainda lida com dificuldade encontrar insumos, o que se reflete no encarecimento dos preços, conforme já mostrou A Gazeta.
Os gastos com educação e comunicação ficaram praticamente estáveis, com variação de 0,06% no mês passado. Já em relação aos gastos com despesas pessoais, não houve variação.
Os gastos com alimentação e bebida, que puxaram a inflação ao longo de 2020, continuam perdendo fôlego, e apresentaram queda de 0,2% no mês de abril .Já os gastos com habitação caíram 0,14%, apesar do acúmulo de 32,02% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que é o indexador utilizado na correção da maioria dos contratos de aluguel.
No Brasil, o IPCA acumulou alta de 0,31% no mês passado, ficando 0,62% abaixo da taxa de março (0,93%). Esse é o maior resultado para um mês de abril desde XX, quando foi registrada inflação de XX% no país. No ano, o indicador acumula alta de 2,37%. Isso equivale a 46,83% da inflação projetada pelo Banco Central para 2021 (5,06%), e 63,2% da meta central da inflação para o ano (3,75%). No acumulado em 12 meses, o avanço do indicador é de 6,76%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta em abril. As maiores variações foram vieram dos gastos com saúde e cuidados pessoais (1,19%), que haviam recuado ligeiramente em março (-0,02%).
"No dia 1º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. Normalmente esse reajuste é dado no mês de abril, então já era esperado”, explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov
A única queda observada no mês veio das despesas com transportes (-0,08%), após as altas de 2,28% e 3,81% em fevereiro e março, respectivamente. Após 10 meses consecutivos de alta, a gasolina recuou 0,44%. A queda mais intensa do grupo, entretanto, veio do etanol (-4,93%).
“Houve uma sequência de reajustes entre fevereiro e março na gasolina. Mas no fim de março houve duas reduções no preço desse produto nas refinarias. Isso acaba chegando ao consumidor final”, afirmou o pesquisador. Ele explicou ainda que, com o etanol, o cenário é semelhante. “O etanol acaba seguindo a gasolina porque atua como um substituto. Quando sobe o preço da gasolina, as pessoas migram para o etanol e o preço dele sobe também."
Os demais grupos ficaram entre o 0,01% de Despesas pessoais e o 0,57% dos artigos de residência.
Com informações da Agência IBGE
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