A renda média da metade mais pobre da população do Espírito Santo cresceu só R$ 6 em 2019. Segundo a Pesquisa Nacional de Domicílios Contínua (Pnad-C) divulgados nesta quarta-feira (6) pelo IBGE, esses trabalhadores viram os rendimentos praticamente se estagnarem no ano passado, indo de R$ 872 para R$ 878 em média. O valor é o mesmo registrado em 2013.
A Pnad demonstrou um agravamento na desigualdade em termos de distribuição de renda no Estado. No outro extremo da pirâmide, os 10% mais ricos tiveram aumento de R$ 703 (4%) nos ganhos médios, indo de R$ 8 506 para R$ 9 209 em 2019.
O maior aumento proporcional de rendimentos ocorreu na parcela do 1% mais ricos. Os ganhos médios dessa população, que desde 2012 já superam R$ 20 mil, avançou 7% em 2019, chegando a R$ 26.344. É o maior aumento desde 2012. Esse público tem uma renda mensal que é 30 vezes maior do que 50% dos trabalhadores do Estado.
Em 2019, a massa mensal de rendimento habitual foi de aproximadamente R$ 4,28 bilhões, 12% maior que a estimada para 2018 e 80% maior que a de 2012.
O número de pessoas com rendimento de todos os trabalhos subiu de 1.814 em 2018 para 1.887 em 2019, de acordo com o levantamento do IBGE. A quantidade de pessoas com pensão e aposentadoria também avançou de 544 mil para 583 mil de um ano para outro.
Em 2019, permanecem as grandes discrepâncias entre o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas brancas (R$ 2.929), pardas (R$ 1.811) e pretas (R$ 1.791). Também perduram as diferenças de gênero: o rendimento de todos os trabalhos dos homens (R$ 2.557) é 40% mais alto que o das mulheres (R$ 1.821).
O percentual de domicílios atendidos pelo Bolsa Família caiu de 8,7% em 2018 para 8,4% em 2019. Em 2012, 9,4% das casas no Estado recebiam o benefício. Já o BPC-LOAS se manteve estável com 2,8% dos lares contemplados com o auxílio.
O Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita teve ligeira alta entre 2018 e 2019, variando de 0,509 para 0,519 Já o Gini para o rendimento de todos os trabalhos também avançou de 0,477 para 0,491.
Os dados deste estudo são anteriores à pandemia de coronavírus, o que significa que aqueles de 2020 devem revelar uma realidade ainda mais cruel. Segundo o boletim de abril do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, a estimativa é de que haja queda de até 8,6% na renda dos trabalhadores este ano.
A diminuição deve ser consequência da alta do desemprego provocado pela crise econômica que se instalou no Brasil e no mundo desde o início da pandemia. A FGV estima que a taxa de desemprego deve saltar de 11% para 17% até o fim deste ano.
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