A notícia de que a Samarco conseguiu todas as licenças ambientais e ganhou o sinal verde para voltar a operar reacende entre autoridades e a indústria o otimismo para a geração de empregos e para incrementos nas arrecadações do Espírito Santo e do município de Anchieta, onde está o Complexo de Ubu.
Para a retomada, a empresa, paralisada desde o desastre de Mariana, em 2015, deverá implementar um novo sistema de filtragem de rejeitos. A construção começa a partir da obtenção da Licença de Operação Corretiva, concedida nesta sexta-feira (25).
Com isso, a expectativa é a de que surjam postos de trabalho diretos e indiretos. A empresa, no entanto, ainda não divulgou a quantidade de empregos a ser criada. "Devem começar contratações para colocar o parque industrial em condições de rodar no segundo semestre de 2020. São empregos não só na Samarco, mas na cadeia toda", destacou Léo de Castro, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Em 2014, a empresa era responsável por 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. Por isso, a paralisação das atividades, no ano seguinte, representou um baque na economia capixaba. O município de Anchieta sentiu mais. As atividades da Samarco representavam, segundo o prefeito Fabrício Petri (MDB), metade da arrecadação municipal.
"Essa licença significa o fim de um período de ansiedade, de angústia, por ficar sem a Samarco. Anchieta sofreu muito, assim como toda a região, com índice alto de desemprego e queda acentuada na arrecadação. Com essa notícia, cria-se um ambiente favorável, de otimismo para o retorno", frisou o alcaide.
Petri assumiu a prefeitura em 2017. Ele lembrou que, enquanto a média nacional de desemprego estava na casa dos 12%, a taxa em Anchieta chegava aos 25%. O prefeito estima que ao menos 3 mil postos de trabalho tenham sido eliminados por conta da paralisação.
A Samarco não tem nenhuma pendência em Anchieta. A operação no Complexo de Ubu foi interrompida por reflexo do que ocorreu em Minas Gerais. Em 5 de novembro de 2015, uma barragem localizada em Mariana rompeu. Dezoito pessoas morreram e a lama de rejeitos de mineração chegou até o Rio Doce.
De acordo com comunicado feito pela Samarco, as atividades serão retomadas até o final de 2020. Conforme já informado pelo governador Renato Casagrande (PSB), o reinício se dará com apenas 26% da capacidade.
"É uma notícia fantástica para o Espírito Santo. Agora temos o sinal verde para poder avançar nas ações necessárias para retomar as operações no segundo semestre de 2020. A partir de dezembro já deve começar uma mobilização mais intensa em Anchieta. Esse é o fato econômico mais relevante do Estado na atualidade. A Samarco tem uma cadeia de fornecedores muito importante e muita representatividade na economia capixaba", disse Léo.
O atual secretário estadual de Desenvolvimento, Marcos Kneip, comemorou o sinal verde à mineradora.
"É extremamente importante o retorno da empresa. É de interesse da sociedade capixaba o retorno das atividades. Muitos empregos foram perdidos. A empresa vai para mais de quatro anos paralisada. Recentemente, fizemos visita às obras e à cava no Complexo de Germano e podemos comprovar que a empresa vem cumprindo com suas obrigações para retornar suas atividades de forma segura e sustentável", pontuou.
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