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Ricardo Eletro fecha sete lojas no ES e demite 105 funcionários

Ricardo Eletro fecha sete lojas no ES e demite 105 funcionários

Máquina de Vendas, que controla a rede, entrou com pedido de recuperação judicial e fechou todas as lojas no país. Com R$ 4 bi em dívidas, grupo aposta em novo modelo de comércio virtual

Publicado em 8 de agosto de 2020 às 05:02

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Loja da Ricardo Eletro no ES
Ricardo Eletro já teve mais de 20 lojas no Espírito Santo e 1.300 no país. (Divulgação)

A Máquina de Vendas, dona da rede varejista Ricardo Eletro, comunicou nesta sexta-feira (7) que entrou com pedido de recuperação judicial e decidiu fechar todas as suas 320 lojas no país para reestruturar suas operações, com foco em um novo modelo de e-commerce. No Espírito Santo, foram fechadas sete lojas e demitidos 105 funcionários.

De acordo com a empresa, a pandemia do novo coronavírus, que teve impacto direto nas atividades do comércio, contribuiu para a decisão. O grupo, que chegou a ter 1.300 lojas, já enfrentava dificuldades e acumula R$ 4 bilhões em dívidas com credores que vão de instituições financeiras a fornecedores.

A partir de 2018, após um pedido de recuperação extrajudicial, a Ricardo Eletro reduziu seus pontos de venda, principalmente saindo de grandes shoppings e mantendo o foco em lojas de rua. No Espírito Santo, a rede chegou a ter mais de 20 lojas. No entanto, desde 2019, restavam apenas sete unidades, sendo três na Serra, uma no Centro de Vitória, uma em Vila Velha,  uma em Cariacica e uma em Guarapari.

Ricardo Eletro fecha sete lojas no ES e demite 105 funcionários

Em entrevista para A Gazeta, o vice-presidente de Operações, Gente e Gestão da Máquina de Vendas, Ricardo José da Silva, explicou que, no início da pandemia, em março, com o fechamento do comércio em todo o Estado, as vendas caíram, em média, 60%. “Isso porque, mesmo com as lojas fechadas, os vendedores continuaram atendendo pelo canal digital. Quando houve a flexibilização para reabertura, a partir de maio, a venda se manteve no mesmo patamar, não cresceu. Por isso também a decisão de fechar”, explicou.

As lojas tiveram as atividades encerradas definitivamente ao longo da segunda quinzena de julho. Já as demissões foram feitas no final do mês. Dentre as unidades capixabas, apenas quatro gerentes foram mantidos como funcionários e vão atuar na gestão do novo sistema de e-commerce.

“Desde o início da pandemia, mantivemos o salário de todos os colaboradores em dia, no modelo de parceria, pagando prêmio e benefícios, para eles trabalharem de casa. Todos foram convidados a continuar na rede desta forma, saindo do modelo CLT para o de parceiros, como representação comercial e participação maior sobre as vendas. No Espírito Santo, 58 deles já aderiram ao novo modelo”, afirmou.

Ele explicou que os ex-funcionários vão poder trabalhar de casa, por meio da plataforma de vendas on-line da Ricardo Eletro. “Eles recebem apoio de marketing, sistema, metodologia de gestão, treinamento e capacitação para isso. Acreditamos que 100% dos ex-funcionários irão aderir”, disse.

FOCO EM REDE VIRTUAL DE PARCEIROS

Em vídeo, o presidente da companhia, Pedro Bianchi, informou nesta sexta que a rede varejista irá se concentrar nesse novo modelo de negócio, baseado numa rede virtual de parceiros e colaboradores. "Estamos tomando uma decisão corajosa e histórica e vamos fechar todas as lojas físicas e fazer um novo modelo de negócios, vamos democratizar as vendas pela internet", disse Bianchi.

Nesse modelo, pessoas físicas ou empresas poderão vender seus produtos em canais próprios de internet ou pelo canal da varejista. De acordo com Bianchi, em todo o país, já existem 2 mil parceiros cadastrados para operar o novo modelo. Segundo o executivo, desta forma, os vendedores poderão ganhar duas ou três vezes mais do que ganhavam na loja.

"Parceiros terão autonomia para negociar preços e condições de pagamento e terão comissões diferenciadas de acordo com o desempenho. A ideia é reduzir os custos fixos ao máximo para criar uma rede forte de colaboradores", disse.

O executivo prometeu também cortar em mais de 50% o salário da presidência, estabelecer teto salarial para diretores e pagar credores e colaboradores dentro do processo de recuperação judicial.

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Com informações da Agência Estado.

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