Oito postos de combustíveis da Grande Vitória foram interditados na Operação Naftalina, deflagrada na manhã desta terça-feira (12) pela Polícia Federal. As investigações apontam que o esquema criminoso, que seria comandado por um miliciano do Rio de Janeiro, adulterava e vendia gasolina nessas unidades, localizadas principalmente em Cariacica e Vila Velha.
Abastecer com gasolina ou etanol adulterado pode provocar diversos danos ao veículo, principalmente ao motor, pois a combustão (queima) não acontece de forma correta.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP), que é o órgão responsável por fiscalizar a qualidade dos combustíveis no país, dá dicas para que os motoristas auxiliem nessa tarefa identificando locais que possam estar cometendo irregularidades. Veja abaixo como saber se o combustível está adulterado, segundo recomendações da autarquia:
Os postos devem informar claramente de onde vêm seus produtos. Quando o estabelecimento compra de um único fornecedor, em geral a bandeira está estampada na entrada do posto (postos de bandeira BR, por exemplo, compram da Vibra, antiga BR distribuidora).
No caso dos postos de bandeira branca, que adquirem combustível de diversos fornecedores, o nome da empresa de origem deve estar em cada bomba e precisa conter o nome fantasia, se houver, a razão social e o CNPJ do distribuidor fornecedor do respectivo combustível.
Caso o motorista desconfie que a gasolina possa estar adulterada, ele tem o direito de pedir que seja feito o teste da proveta. Dessa forma, é possível identificar a quantidade de etanol anidro no combustível e saber se está dentro das regras da ANP.
No caso de gasolina comum ou aditivada, em uma proveta de 100ml, o frentista deve adicionar 50ml de gasolina e 50ml de uma solução feita de água e sal de cozinha.
Depois de misturado, o etanol que estava na gasolina é transferido para a água. Após um repouso de 10 minutos fica visível a separação dos líquidos com a gasolina na parte superior da proveta. O correto é que o líquido incolor, resultante da mistura de água, sal e etanol, preencha um volume de 63ml (mais ou menos 1).
Se o volume for superior a este, a gasolina não está conforme com as especificações da ANP. Para gasolina premium o percentual permitido pela ANP é de 25% de etanol, neste caso, resultante da mistura de água, sal e etanol preenche um volume de 62ml (mais ou menos 1).
Caso o motorista constate situação diferente, deve entrar em contato com o Centro de Relações com o Consumidor da ANP, através do telefone 0800 970 0267 ou do Fale Conosco no site da ANP.
Segundo a ANP, é obrigação do posto revendedor de combustíveis ter todos os equipamentos necessários para fazer análises da gasolina, óleo diesel e etanol hidratado, sempre que solicitado pelo consumidor. Também precisa ter funcionários treinados para os testes de qualidades ao consumidor.
No caso do etanol, ele deve ter teor alcoólico entre 92,5% e 95,4%. O produto premium precisa ter entre 95,5% e 97,7%. É obrigatório que os postos tenham um aparelho chamado de termodensímetro fixado ao lado das bombas abastecedoras de etanol.
O motorista deve observar o nível indicado pela linha vermelha, que precisa estar no centro do termodensímetro - não pode estar acima da linha do etanol. Também é importante verificar se o etanol está límpido, isento de impurezas e sem coloração laranja ou azul.
Abastecer com combustível adulterado ou mesmo com nafta pode causar vários prejuízos ao carro, pois a queima de combustão não ocorre da maneira correta. O motor pode sofrer vários danos. Um dos problemas pode ser a avaria no cabeçote. As velas podem também ficar entupidas, além de haver risco de formação de resíduos no motor.
A primeira coisa é guardar a nota fiscal, para que o consumidor possa provar que caiu em uma armadilha. Caso haja dano no carro que possa ter sido provocado pelo combustível de má qualidade, a ANP recomenda que o motorista procure um órgão de defesa do consumidor, como o Procon.
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