A previsão de retomada ainda que parcial das operações da Samarco, no Sul do Espírito Santo, já fez a empresa criar 1,3 mil empregos diretos e vai gerar mais 700 vagas até o fim do ano. Mesmo em meio à pandemia de coronavírus, a indústria confirmou a expectativa de que a primeira usina de Ubu, em Anchieta, seja religada no início de dezembro.
As informações foram dadas pelo gerente-geral de operações da empresa, Sérgio Mileipe, em uma live realizada nesta quinta-feira (9). A companhia está com as atividades paralisadas desde novembro de 2015 quando houve o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais.
"Tivemos problemas com a pandemia, mas conseguimos estabelecer controles rigorosos e estamos conseguindo manter a data de dezembro. Aqui em Ubu, estamos com 61% da preparação concluída", afirmou Mileipe.
Entre as ações para minimizar riscos estão a adoção de regime de home office e escalonamento através de revezamento semanal. Assim, segundo a empresa, foi reduzido em cerca de 60% o fluxo de pessoas nas suas unidades, mas mantém atividades prioritárias e essenciais.
Até o momento, 1,3 mil pessoas já foram contratadas para trabalhar na mobilização e operação da usina 4, a primeira que será religada. A expectativa da empresa é de que, até o fim do ano, o número chegue a 2 mil. Mileipe afirmou que a Samarco está compromissada em fazer contratação de mão de obra e fornecedores locais.
A expectativa do gerente-geral é que a primeira fase da retomada da Samarco injete R$ 80 milhões no mercado capixaba. Inicialmente, a empresa deve operar com apenas 26% da capacidade, ou seja, com uma das quatro usinas em funcionamento.
Segundo o cronograma apresentado por Mileipe, mais uma usina deverá ser religada em 2026, enquanto a retomada total só deverá acontecer em 2030.
Para especialistas, somados empregos diretos e indiretos, a retomada das atividades da mineradora no Estado deve promover 5 mil contratações. "No auge de sua operação, a Samarco representava cerca de 15 mil empregos na região. Esperamos que no retorno ela alcance 5 mil", afirmou o presidente do Fórum Mais Negócios, Durval Vieira.
É o que também esperam os prefeitos da região. "Esse retorno é de grande importância para o Sul do Estado. Há toda uma cadeia envolvida. A Samarco representava entre 5% a 6% do PIB do Estado, imagina o quanto representa para o município. Precisamos que na contratação de mão de obra haja um olhar para os municípios do Sul e principalmente Anchieta", afirmou o prefeito de Anchieta, Fabrício Petri.
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