Após cinco anos de paralisação, a unidade da Samarco em Anchieta, no Sul do Espírito Santo, voltou a receber minério de ferro produzido pela empresa em Mariana, Minas Gerais, segundo fontes ligadas ao setor. O processo de beneficiamento ainda passa por ajustes, sendo que a mineradora prevê a religada da usina 4 e retomada da pelotização para os próximos dias.
Por nota, a Samarco informou que continua o processo de comissionamento integrado de suas operações em Minas e no Espírito Santo. "Este processo conta com a reativação de um dos seus três concentradores, da nova planta de filtragem de rejeitos, de um dos seus minerodutos e da usina 4 de pelotização. O reinício das operações está previsto para os próximos dias, quando se inicia o processo de produção de pelotas de minério de ferro, produto da empresa".
As operações da Samarco estavam paralisadas desde novembro de 2015, quando ocorreu o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana. No dia 11 de dezembro, a companhia deu início ao seu processo de retomada operacional religando um dos seus três concentradores de minério e iniciando as atividades da nova planta de filtragem em Mariana.
Fontes do setor explicam que levam cerca de 72 horas para que o minério chegue, por meio do mineroduto, ao Complexo de Ubu. Dessa forma, como a unidade de Germano voltou a operar no início da semana passada, a planta de Anchieta já deve estar recebendo a matéria-prima há cerca de 2 ou 3 dias.
A Gazeta apurou, no entanto, que a empresa espera chegar um maior volume de minério para poder religar a usina, além da conclusão da fase de testes dos equipamentos. A expectativa é que a usina 4 seja reativada em até uma semana.
Com o religamento da planta, o Complexo de Ubu irá operar com 26% da sua capacidade. De acordo com a Samarco, para a retomada no Complexo de Germano, em Mariana, foram incorporadas novas tecnologias para disposição final de rejeitos, como a cava confinada e o sistema de filtragem de rejeitos para empilhamento a seco.
A retomada das atividades da mineradora é algo aguardado para o crescimento da economia do Espírito Santo. Nesta primeira fase, devem ser produzidas aproximadamente 8 milhões de toneladas de pelotas por ano em Anchieta, injetando cerca de R$ 80 milhões na economia capixaba. De acordo com o cronograma da empresa, a retomada da capacidade total deve ocorrer em 10 anos.
A Samarco, em plena atividade, gerava cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos e representava 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. Com retorno gradual, a estimativa é de que sejam abertos 6 mil postos de trabalho. Isso vai representar 1,7% do PIB capixaba.
Com informações de Geraldo Campos Jr
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