A proposta de reforma administrativa, a ser enviada pelo governo federal para o Congresso, está sendo construída para auxiliar também Estados e municípios. A ideia, segundo o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do governo federal, Wagner Lenhart, é que os demais entes federativos possam aproveitar as mesmas regras que forem aprovadas.
Lenhart esteve em Vitória nesta terça-feira (03) para dar uma palestra aos conselheiros do ES em Ação. Na parte da tarde, ele se reuniu com a secretária de Estado de Gestão e Recursos Humanos, Lenise Loureiro. O encontro foi para discutir pautas em comum aos dois governos.
Apesar de dizer que a reforma será enviada ao Congresso no ano que vem, Lenhart não deu um prazo exato para o envio da matéria que está sendo acompanhada de perto pelos servidores. A gente está construindo os últimos detalhes, fazendo alguns ajustes pontuais para fazer a melhor reforma possível. Desde o início do ano essa é a nossa grande preocupação, disse o secretário do governo federal. A equipe também buscou exemplos mundo afora, estudando as mudanças feitas no Reino Unido, Portugal, França e demais países.
Atualmente, o governo federal tem uma folha anual para pagamento de pessoal em torno de R$ 100 bilhões - contando somente os servidores ativos. Ao todo, segundo dados de outubro, o número de servidores é de 613 mil - 10.926 somente no Espírito Santo.
Lenhart avalia que, em comparação com a média mundial, o Brasil não tem um grande número de servidores na relação com o total da população. Por outro lado, a folha salarial é uma das maiores do mundo - o que aponta que poucos servidores ganham um salário muito alto.
Um dos objetivos com a reforma administrativa, segundo o secretário, é equilibrar essa equação. Por um período isso se perdeu esse equilíbrio, não foi feito um planejamento adequado. Por isso a gente está enfrentando esse problema hoje - não só no governo federal, mas também em muitos Estados e municípios, disse.
Uma das explicações para uma folha de pagamentos pesada pode ser a quantidade de profissionais em cargos defasados. Para se ter uma ideia, no governo federal ainda existem servidores concursados para as funções de chaveiro, discotecário, operador de telex, datilógrafo e até operador de vídeo cassete.
A gente tem alguns cargos que, pelos avanços tecnológicos, ou pela mudança que o mundo passou, acabaram perdendo a relevância. A gente, enquanto administração pública, precisa estar atento a esses movimentos que a sociedade faz. A única certeza que a gente tem nesse mundo é que ele vai mudar e vai mudar rápido, justificou.
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