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Sementes recebidas pelo correio tinham pragas que não existem no Brasil

Sementes recebidas pelo correio tinham pragas que não existem no Brasil

Análise de laboratório do governo federal mostrou que amostras continham ervas daninhas e fungos que apresentam risco para a agricultura

Publicado em 26 de novembro de 2020 às 21:57

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Semenetes chegaram pelos Correios a pessoas de todo o país
Sementes chegaram pelos Correios para pessoas de todo o país. (Divulgção/Mapa)

As análises nas sementes recebidas por correspondência por brasileiros junto ou no lugar de encomendas feitas em sites de vendas internacionais mostraram que elas não são nada inofensivas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou que foram encontradas ervas daninhas e outras pragas que não existem no Brasil e que colocam em risco a agricultura.

O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás analisou, até o momento, 36 amostras de pacotes de sementes não solicitadas que foram encaminhadas ao Mapa. As análises  indicam que parte delas contem a presença de mais de uma praga em seu conteúdo.

Sementes recebidas pelo correio tinham pragas que não existem no Brasil

No Espírito Santo, vários moradores relataram o recebimento do produto nos últimos meses, conforme já mostrado por A Gazeta.

No total, 47% das amostras já analisadas apresentaram risco fitossanitário ao país. Um dos pacotes continha a espécie Myosoton aquaticum, praga que não existe no Brasil e que é considerada daninha em campos de trigo na China.

Essa espécie apresenta resistência a herbicidas, o que torna seu controle difícil. A introdução dessa planta daninha no país pode ter impacto econômico negativo.

Em quatro amostras foram identificadas uma espécie de planta ausente no Brasil - Descurainia sophia - considerada como erva daninha nos Estados Unidos e Canadá, além de planta invasora no México, Japão, Coreia, Chile e Austrália.

Outras 15 amostras continham gêneros que tem espécies quarentenárias ou espécies com potencial quarentenário, como sementes de Cuscuta; de Brassica; de Chenopodium; de Amaranthus; e dos fungos Cladosporium; Alternaria; Fusarium; e Bipolaris.

Uma espécie quarentenária é aquela que apresenta risco de se estabelecer no país e de causar danos fitossanitários.

“Após análises laboratoriais, pode-se avaliar que a introdução de material de propagação (sementes ou mudas), mesmo em pequenas quantidades, sem atender aos requisitos fitossanitários e de qualidade estabelecidos pelo Mapa, coloca em risco a agricultura brasileira”, ressalta o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Carlos Goulart.

A importação de sementes e mudas é autorizada pelo Mapa somente das de países com os quais o Brasil já tenha estabelecido exigências fitossanitárias que devem ser atendidas. As regras estabelecidas pelo Ministério se aplicam para qualquer modalidade de compra e aquisição, incluído a compra eletrônica com entrega via remessa postal.

A lista de produtos com importação autorizada está disponível para livre consulta no site do ministério.

ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

O Mapa mantém o alerta aos cidadãos brasileiros para que tenham cuidado e não abram encomendas recebidas pelos correios de pacotes de sementes não solicitadas.

Caso o cidadão venha a receber em casa sementes provenientes do exterior, o Ministério orienta a entrega do material para uma das unidades do Mapa em seu Estado ou órgão estadual de defesa, no caso do Espírito Santo, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf). O pacote não deve ser aberto ou descartado no lixo, a fim de evitar o contato das sementes com solo e prejuízos para as áreas agrícolas e o meio ambiente.

A orientação também vale para o cidadão que recebeu e plantou as sementes. Neste caso, entre em contato com o Mapa ou o órgão estadual de defesa para agendar o recolhimento do material.

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