Profissionais da saúde ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais e Empresas de Saúde Filantrópicas e Privadas no Estado do Espírito Santo (Sintrasades) vivenciaram mais um dia de descaso para conseguirem entregar a carta manifestando o desejo de não pagar a taxa de 1% do salário, referente à contribuição assistencial. Além de enfrentarem uma longa fila na sede da entidade, em Vitória, a possibilidade de realizar o procedimento por e-mail não funciona.
A taxa cobrada prevista pela entidade sindical seria descontada do salário dos profissionais todos os meses até outubro de 2024. Para não pagar pela contribuição, os trabalhadores chegam horas antes de o sindicato iniciar o atendimento, realizado das 13h às 16h, e enfrentam uma longa fila de espera.
A reportagem de A Gazeta foi conferir a situação nessa segunda-feira (30) e vários trabalhadores reclamaram sobre o tamanho da fila, que rodeava o quarteirão, e o prazo para o horário de abertura e fechamento do sindicato.
Muitos funcionários que estavam na fila não iriam conseguir entregar os documentos e teriam que voltar nesta terça-feira (31), perdendo horas de trabalho para algo que, na visão deles, era simples de resolver com mais locais de atendimento e horários flexíveis.
Rayane ainda relata outra situação. "O pior descaso para gente é a falta de informação. Uma hora falam que hoje (30) é o último dia, outra hora falam que é amanhã. Ninguém sabe ao certo em que dia se encerra, a hora, não tem ninguém do sindicato para falar com a gente."
A princípio, o prazo final para entrega de documentos será nesta terça-feira (31). A reportagem foi até a porta do sindicato, mas não foi autorizada a entrar na entidade. O funcionário que impediu o acesso, e que também não quis se identificar, não deu qualquer informação sobre o atendimento ou a possibilidade de estender o prazo para os trabalhadores entregarem a documentação.
Advogado do Sintrasades, Diego Nunes informou, na última semana, que os servidores poderiam mandar um e-mail protocolando um pedido para cancelamento da taxa. Porém, os funcionários afirmam que a caixa postal do e-mail está lotada e não conseguem fazer o procedimento pela internet.
A reportagem de A Gazeta comprovou a situação, tentando enviar uma mensagem para o endereço eletrônico indicado, e também não conseguiu.
O Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo (MPT-ES) informou que vem recebendo denúncias sobre a conduta do sindicato desde o último dia 19. O órgão afirma estar tomando as providências necessárias para investigar a situação. Segundo o MPT-ES, grande parte das reclamações se refere à validade dos documentos de identidade e ao horário de atendimento para o recebimento das cartas de oposição.
"Há procedimento novo instaurado com a notícia de que a nova convenção coletiva da categoria está em descompasso com o que prevê o termo de ajuste de conduta já citado, o que certamente será alvo de atuação firme do Ministério Público do Trabalho", diz um trecho da nota enviada à reportagem.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta