Repórter de Economia / cfreitas@redegazeta.com.br
Publicado em 15 de março de 2021 às 12:40
- Atualizado há 4 anos
Comemorado nesta segunda-feira (15), o Dia do Consumidor foi criado não como data promocional, mas para dar visibilidade à necessidade de proteção aos diretos do consumidor, inclusive a segurança de suas informações pessoais - uma questão que tem ganhado cada vez mais protagonismo em meio aos frequentes vazamentos de dados.
Neste ano, megaexposições de informações levaram CPF, nome, data de nascimento, endereço, entre outras informações pessoais de mais de 223 milhões de brasileiros (inclusive falecidos) a circular livremente na internet, facilitando a ação de criminosos.
Nem sempre é fácil identificar quem teve acesso às informações, mas é possível consultar abertura de contas e pedidos de empréstimos indevidos por meio do Registrato, plataforma do Banco Central do Brasil que armazena informações bancárias vinculadas a um determinado consumidor.
O Registrato está disponível na Internet, na página do Banco Central. É possível acessá-lo tanto pelo computador quanto por dispositivos móveis, como tablets ou celulares, mas, antes do primeiro acesso, é preciso se credenciar.
Para fazer o credenciamento, o usuário deve acessar o site (clique aqui) e clicar em "Sou Pessoa Física", e, na sequência, em "Primeiro acesso".
Em seguida, deve escolher uma forma de validação de identidade para obter as instruções. É possível fazer isso por meio do Internet Banking, pelo celular ou computador, ou com certificado digital.
Pelo internet banking, basta que o consumidor acesse sua conta no site ou aplicativo do banco e busque por "Registrato". Em seguida, deverá digitar a senha e clicar em "Gerar PIN".
Na sequência, será redirecionado ao site do Banco Central para cadastrar a sua senha de acesso ao Registrato. O consumidor deverá informar o endereço de e-mail e digitar uma nova senha duas vezes. Feito isso, basta pressionar "Concluir credenciamento".
A partir daí, basta voltar à página inicial do Registrato e efetuar o login com o CPF e a senha criada no passo anterior. Já logado, clique em "Meus Endividamentos" e "Meus Relacionamentos Financeiros" e crie os relatórios para identificar se existem empréstimos e contas abertas em seu nome.
Vale destacar que apesar de constarem junto ao sistema do Banco Central, as informações são repassadas pelas instituições financeiras em que o consumidor te conta ou dívidas.
"Em caso de constatação ou suspeita de informações incorretas, o cidadão deve entrar em contato com a instituição financeira prestadora da informação objeto do questionamento. Ressalta-se, no entanto, que há defasagem de tempo entre o envio das informações pelas instituições financeiras e a apresentação dessas por meio dos relatórios do Registrato", explicou o BC.
Por meio do Registrato é possível consultar:
A origem do vazamento de dados ainda é desconhecida, mas é quase certo que todos os brasileiros tiveram suas informações expostas. Para se ter ideia, o número de CPFs vazados supera em 11 milhões o contingente da população brasileira, que está estimada em 212 milhões de pessoas. Isso indica, por exemplo, que até pessoas já falecidas tiveram seus dados divulgados.
A dica geral, no entanto, é ter cautela e cuidado com a divulgação de informações pessoais. Recentemente, o Banco Central fez um alerta sobre a divulgação de dados como CPF, número de celular ou e-mail pelo próprio usuário, que esperava receber uma transferência de desconhecidos pelo Pix. Esse tipo de prática facilita a ação dos criminosos.
Da mesma forma, o usuário deve tomar cuidado ao informar dados pessoais em páginas da internet que não são confiáveis. Não é recomendável, por exemplo, fornecer o CPF em páginas de supostos sorteios, sites para credenciamentos em programas sociais divulgados por meio do WhatsApp, ou similares. Se existe uma suposta vantagem por trás do pedido de informações, desconfie, verifique a procedência da página e se é algo legítimo.
Ainda assim, caso desconfie ou descubra que seus dados foram vazados e utilizados para fins indevidos, o consumidor pode não apenas informar à instituição financeira, como registrar um Boletim de Ocorrência para que o caso seja investigado.
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