As redes supermercadistas abrem toda semana centenas de vagas de emprego nas mais diferentes áreas das lojas, mas, apesar da oferta, enfrentam dificuldade na hora de contratar os profissionais. O setor é conhecido por dar oportunidade para trabalhadores sem experiência, primeiro emprego para jovens e oportunidade para pessoas com mais de 50 anos, mas, mesmo assim, não tem sido o suficiente para garantir as novas contratações.
O Grupo Carone, dono das marcas Carone Supermercados e Sempre Tem, é uma dessas empresas do setor que tenta contornar a situação. O diretor de gente e gestão, Cosme Peres, ressalta que tem sido um grande desafio preencher os postos em aberto.
“Sabemos que passamos por um período em que o desemprego está baixo e que outros setores também estão contratando. Mesmo em funções que não exigem qualificação ou experiência, os candidatos não aparecem”, observa Peres.
Como solução para o problema, o executivo comenta que são realizadas parcerias com os Sines da Grande Vitória e até ações espontâneas sem agendamento nas unidades como forma de dar visibilidade às oportunidades.
Outra alternativa é treinar os trabalhadores para ocuparem os cargos, como é o caso das funções de açougueiro, padeiro e confeiteiro. “Contratamos os profissionais, fazemos a formação na escola interna, como forma de minimizar o impacto de mão de obra.”
Além de chances para o primeiro emprego de jovens, a rede aposta na contratação de profissionais com mais de 50 anos. O Carone também inaugurou o Educarone, uma plataforma com mais de 200 cursos on-line para todos os colaboradores. Um embalador pode fazer curso de excel, por exemplo. O treinamento pode ser na área em que a pessoa atua ou em outro segmento para crescer dentro da empresa.
“Oferecemos alternativas para que os candidatos possam enxergar essas possibilidades e crescer na carreira dentro da empesa”, ressalta Peres.
A gerente de recursos humanos do BH, Elisene Andrade Martins, concorda com Peres sobre a dificuldade de encontrar mão de obra e garante que manter o colaborador também não tem sido tarefa fácil.
“No caso do primeiro emprego, os jovens são muito imediatistas e não têm paciência em esperar a progressão na carreira. Após a pandemia, as pessoas passaram a valorizar a qualidade de vida e a carga horária extensa do comércio costuma influenciar na decisão de optar por trabalhar em outro segmento”, analisa.
A rede oferece ainda benefícios diversos como plano de saúde, auxílio-alimentação, convênio com farmácia, tudo para atrair interessados em ocupar as vagas.
Elisene ressalta que, além das oportunidades já abertas, novas unidades estão previstas para serem inauguradas no Estado, ampliando ainda mais a abertura de novos postos. “Priorizamos a mão de obra interna na hora de cargos mais estratégicos. Entretanto, alguns preferem não ocupar posição de liderança e querem continuar no operacional. Treinamentos constantes também são utilizados para alavancar o crescimento”, afirma.
Na opinião do superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider, uma das possibilidades sobre a falta de candidatos é não ter identificação com as funções disponíveis nos estabelecimentos.
Ele observa que vagas para açougueiro, por exemplo, precisam ter identificação do candidato com a posição.
“Essa é uma profissão que requer habilidade para manusear carne. Essa e outras profissões, como padeiro e confeiteiro, requerem maior profissionalismo e maior identificação. Aliado a isso, ainda falta interesse dos candidatos em prosperar na vida e se tornar independente”, comenta Schneider.
O executivo alerta que há cerca de 1.500 vagas abertas no Espírito Santo, nas mais diversas redes supermercadistas.
“O supermercado trabalha sábado, domingo, feriado, até mais tarde da noite. Às vezes, os jovens preferem ficar na dependência de alguém ou do governo do que ir trabalhar. Isso tudo faz com que haja escassez de mão de obra”, opina.
O secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho da Prefeitura de Vitória, Diego Libardi, explica que o Sine funciona como um intermediador da mão de obra, fazendo a ponte entre empresas e trabalhadores.
“Muitos candidatos se queixam da carga horária do setor e, por isso, preferem migrar para outros setores. Outro fato que pode motivar a falta de trabalhadores é que Vitória tem uma mão de obra mais qualificada, dificultando o preenchimento de vagas mais operacionais”, destaca Libardi.
A prefeitura da Capital lançou um pacote com mais de 1,3 mil vagas em cursos de qualificação profissional, com oportunidades que vão atender diversas cadeias produtivas. Há ainda o Qualifica Vix que conta com uma carreta que vai até os bairros da cidade com chances de treinamentos.
Grupo Carone: na página de carreiras ou nas lojas.
Grupo Coutinho: na página de carreiras.
Carrefour: na página de carreira
Assaí: na pagina de carreira e, para a loja de Vitória, os interessados podem se inscrever no site
Canguru: no site de carreira
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