A Suzano anunciou que, a despeito da pandemia, vai investir R$ 4,9 bilhões no país em 2021. A companhia confirmou, por exemplo, que serão mantidos investimentos da ordem de R$ 782,4 milhões no Espírito Santo neste ano. A cifra engloba negócios na fábrica de Cachoeiro de Itapemirim, a expansão da base florestal da companhia e a modernização da planta industrial de Aracruz.
Os investimentos, anunciados em dezembro de 2019 ▬ com previsão de geração de 1.100 vagas de emprego ▬, já chegaram a somar, juntos, mais de R$ 933 milhões. Na unidade de fabricação de papel higiênico em Cachoeiro, oficialmente inaugurada nesta segunda-feira (22), por exemplo, já foram investidos cerca de R$ 130 milhões, resultado de créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
A indústria, que começou a operar em fevereiro, tem capacidade para produzir cerca de 500 mil fardos de papel mensalmente, embora neste segundo mês de operações a previsão seja de que a produção alcance 200 mil fardos, equivalente a 40% da capacidade plena, conforme explicou o diretor-executivo de Bens de Consumo da companhia, Luís Bueno.
Ele observou que iniciar as atividades num ritmo menor é procedimento de praxe, e que ocorreu, também, em outras plantas da companhia. Inicialmente, a Suzano espera alcançar a capacidade total da fábrica de Cachoeiro até o final de 2021, mas a data pode ser antecipada para o primeiro semestre, conforme adiantou a colunista Beatriz Seixas. Os produtos, até então, serão voltados exclusivamente para o mercado interno, principalmente para o Sudeste brasileiro.
Bueno reforçou que a unidade de fabricação de papel no Sul do Estado é bastante automatizada, mas observou que a capacitação dos trabalhadores é o que deve permitir uma aceleração robusta da produção nos próximos meses.
“A equipe foi não só treinada pelo Senai, como também fez um estágio na unidade em Mucuri, na Bahia, antes de começar a trabalhar em Cachoeiro. Diante disso, a nossa expectativa é que haja uma evolução muito mais rápida na capacidade de produção dessa planta do que ocorreu nas outras unidades.”
O presidente da Suzano, Walter Schalka, observou que, a princípio, todas as contratações necessárias já foram feitas, mas destacou que, pontualmente, surgirão novas oportunidades de emprego.
O executivo, aliás, não descartou a possibilidade de expansão dos negócios em Cachoeiro no futuro, mas disse que todo o foco, no momento, está voltado para a ampliação da capacidade produtiva da unidade.
“A filosofia da Suzano é uma filosofia de investimento constante. Sempre estaremos investindo. Num primeiro momento, nós vamos esperar que haja a ocupação da totalidade desta planta. E a partir do momento em que estivermos nos aproximando da capacidade total, poderemos pensar em expandir.”
Schalka destacou ainda que a empresa tem outros investimentos em estudo, mas disse que é cedo para dar informações “Consideramos várias alternativas em investimentos, mas preferimos ainda não dar publicidade. Conversaremos sobre isso com o governo do Espírito Santo nas próximas semanas.”
Além disso, o executivo confirmou que o investimento em uma planta de bio-óleo continua no radar da Suzano. Mas para que este e outros investimentos sejam executados, ele pondera que é preciso ampliar a base florestal da companhia.
“Não temos nada definido ainda, mas nossa visão é de que a fábrica de bio-óleo é sim uma perspectiva positiva. Só que, para isso, precisamos aumentar a base florestal. Estamos aumentando a base neste momento, e até queremos acelerar esse processo.”
Hoje, boa parte da matéria-prima utilizada pela empresa vem de locais que fazem fronteira com o Espírito Santo. Mas a fim de aumentar a competitividade de seus negócios, a gigante de papel e celulose está investindo cerca de R$ 380 milhões na ampliação de sua base florestal no Estado. A expectativa é de que a empresa amplie em até 20 mil hectares a área de plantio de eucalipto em solo capixaba nos próximos anos.
A Suzano foi questionada sobre o tempo necessário para o desenvolvimento de uma base florestal capaz de atender a produção da fábrica de bio-óleo, mas não retornou até a conclusão desta reportagem, que será atualizada quando houver respostas.
Schalka também não precisou uma data, mas voltou a dizer que a decisão de quando implantar a unidade vai depender da velocidade da recomposição florestal no Estado. O tempo médio para a colheita do eucalipto que é usado na indústria de celulose é de seis anos.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta