Em um ano difícil, com a baixa demanda por celulose no cenário internacional, a Suzano, que se uniu a antiga Fíbria, planeja investimentos ambiciosos para o Espírito Santo no valor de R$ 933,4 milhões.
Além da fábrica de papel em Cachoeiro de Itapemirim, conforme antecipou A Gazeta, a companha global deve modernizar a indústria de Aracruz, uma planta menos competitiva em relação às outras que pertencem o grupo, mas que terá potencial de se tornar, a partir das novas obras, na unidade mais eficiente da companhia.
Em entrevista coletiva no Palácio Anchieta, na manhã desta quinta-feira (19), o diretor-executivo de Relações Corporativas da Suzano, Pablo Machado, detalhou os planos da empresa para o Espírito Santo. Ao todo, serão gerados 1,1 mil empregos.
Serão aplicados R$ 272,4 milhões na modernização da fábrica de celulose em Aracruz, R$ 531 milhões na expansão da base florestal e R$ 130 milhões na fábrica de papel. Os investimentos serão feitos por meio de compensação de créditos de ICMS.
"Estamos felizes em anunciar investimentos na ordem de R$ 933 milhões que estão divididos, em sua maior parte, no resgate da nossa competitividade da unidade em Aracruz. A unidade tem potencial para ser a planta mais competitiva da Suzano", afirmou.
O projeto de modernização será realizado na fábrica B, uma das três instaladas na área da Suzano, em Aracruz. Será feita a substituição de parte da caldeira, que é a estrutura responsável por gerar vapor e produzir energia elétrica.
Com essa mudança, a empresa pretende aumentar substancialmente a quantidade de energia produzida e vendida para as linhas de transmissão. Também será instalado um sistema de cristalização para a captura de cinzas.
"Essa combinação vai ampliar a eficácia energética e produtiva. Serão gastos menos químicos, menos insumos e, com isso, cai o custo da produção. Não haverá aumento na produção de celulose. O que vai expandir é a geração de energia elétrica", explicou o diretor.
Esse processo poderá levar de dois a três anos a partir da liberação dos órgãos ambientais e de controle. Nessa fase, serão gerados aproximadamente 300 postos de trabalho.
Concomitantemente, será feita a expansão da base florestal da empresa, ou seja, da área onde é plantado o eucalipto, insumo principal na produção de celulose. Esse investimento será de R$ 530 milhões.
O objetivo é reduzir o raio médio de distância entre os plantios florestais e a fábrica, o que deve reduzir a circulação de veículos transportando madeira por longas distâncias. Atualmente, a falta de cobertura florestal próximo às fábricas de Aracruz contribui para a diminuição da produção da Suzano por aqui. A matéria-prima precisa ser buscada muito mais longe, o que reduz a competitividade da unidade de Aracruz em relação às outras da empresa.
O investimento será na aquisição ou arrendamento de áreas rurais, plantios, conduções e tratos culturais. A expectativa é de que haja geração de 300 empregos diretos e indiretos nos dois primeiros anos após a obtenção das licenças.
Segundo executivos da Suzano, a expansão será dentro do Espírito Santo, principalmente na Região Norte, mas ainda não há definição sobre municípios que poderiam abrigar essas plantações.
As ações estão sendo feitas a partir de utilização dos créditos de ICMS. A nova lei, aprovada em junho deste ano, permite que empresas utilizem esse dinheiro para fazer investimentos. A Suzano tem R$ 1,1 bilhão em créditos de ICMS com o governo do Estado. "Nós temos que reconhecer a inovação trazida pelo governo com a lei que propicia a transferência de créditos de ICMS que é um fator indutor importante do investimento. É o que faz que tragamos investimentos para o Estado", afirmou Machado.
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