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Tarifaço de Trump pode trazer instabilidade e atrasar investimentos, aponta Casagrande

Tarifaço de Trump pode trazer instabilidade e atrasar investimentos, aponta Casagrande

Governador do ES fez breve avaliação da decisão do presidente dos Estados Unidos em tarifar variados produtos importados pelo país

Publicado em 3 de abril de 2025 às 11:17

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Governador Ricardo Casagrande durante o desfile do 7 de setembro
Governador Renato Casagrande fez críticas ao presidente Donald Trump o após o anúncio do 'tarifaço' sobre produtos importados. (Ricardo Medeiros)

O chamado tarifaço sobre produtos importados, anunciado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, na quarta-feira (2), pode ser um movimento causador de “instabilidade e de atraso de investimentos”. A avaliação sobre a decisão de Trump é de Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo.

Na manhã desta quinta-feira (3), o chefe do Executivo capixaba fez uma breve avaliação sobre a atitude do presidente norte-americano em apontar tarifas para países que vendem produtos aos Estados Unidos, em busca de atrair fábricas e empregos de volta ao país.

No caso do Espírito Santo, que, no Brasil, é um dos principais exportadores de produtos como café, minério de ferro, celulose e rochas ornamentais, a avaliação de Casagrande é de que o Estado também pode sofrer influência pelas taxas impostas pelo republicano. Além disso, o governador capixaba destacou que a ação de Trump pode isolar os Estados Unidos das demais nações.

“Essa taxação influência, sim, o Espírito Santo. Mas, em uma primeira avaliação, não é tão ruim. O que é ruim é a instabilidade criada no mundo e isso, muitas vezes, pode adiar investimentos. A primeira avaliação é que os 10% não são tão ruins, pois o Brasil está em uma posição melhor em relação a outros países”, exemplificou Casagrande, fazendo analogia ao fato de que a taxa aplicada ao Brasil é a mesma cobrada pelo país sobre os produtos dos Estados Unidos, diferentemente do cenário de outros países, que tem taxas divergentes.

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A postura dele [Donald Trump] traz instabilidade e desconfiança. Isso pode render problemas aos Estados Unidos, que pode se isolar, já que outros países podem adotar medidas de reciprocidade em relação a essas tarifas

Renato Casagrande
Governador do Espírito Santo
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Diante da decisão de Trump, o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) ainda explicou, em conversa com a reportagem de A Gazeta, que o governo do Estado já dialoga com os setores ligados às exportações capixabas, em busca de entender quais serão os primeiros impactos.

"Só o setor de rochas ornamentais, por exemplo, tem quase 60% de sua produção endereçada aos Estados Unidos. Então, é necessária essa avaliação. É tudo muito recente, mas vamos dialogando com os segmentos para termos uma ideia mais concreta", disse o vice-governador.

Cenário nacional

Ainda na quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que prevê respostas à taxação generalizada de Trump. A ideia é que sejam impostas medidas de reação àquilo que é visto como práticas protecionistas disfarçadas com a bandeira da sustentabilidade, além de prever medidas para reequilibrar o jogo comercial.

Embora a motivação original fosse a defesa do agro brasileiro frente às restrições ambientais da Europa, o texto atual define como alvo qualquer país ou bloco econômico que decida adotar medidas unilaterais e ações que prejudiquem a competitividade internacional de bens e produtos brasileiros, não apenas do agronegócio.

O modelo permite ao Brasil adotar contramedidas comerciais e diplomáticas proporcionais quando países ou blocos econômicos impuserem barreiras ambientais injustificadas aos produtos brasileiros. A Camex (Câmara de Comércio Exterior) passa a ter papel central na aplicação de medidas, garantindo uma abordagem mais técnica e menos suscetível a distorções políticas.

Em vez de barreiras automáticas, o novo texto prevê consultas diplomáticas coordenadas pelo Ministério das Relações Exteriores, possibilitando a resolução de conflitos de forma negociada antes da aplicação de contramedidas.

Além disso, o novo texto permite ao Brasil suspender concessões comerciais e de investimentos, bem como reavaliar obrigações em acordos de propriedade intelectual, garantindo mais flexibilidade na defesa dos interesses nacionais.

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