A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira (6) operação que mira supostos testas de ferro da pirâmide financeira Telexfree. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nas cidades da Serra e Vila Velha. Além da operação, a Justiça Federal também autorizou o bloqueio de imóveis e de R$ 2 milhões em contas bancárias dos suspeitos.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal, Eugênio Ricas, a operação decorre do avanço nas investigações relativas às fraudes envolvendo a Telexfree. Na fase atual, os policiais investigam “o proveito do crime”. “Estão sendo buscados bens e informações que levem aos investimentos financeiros ocultados pelos criminosos”, informa.
Participaram da operação um total de oito policiais federais, cumprindo as buscas que ocorrem em dois endereços nas cidades da Serra e de Vila Velha. Segundo nota da Polícia Federal, são locais onde residem os suspeitos (“testas de ferro”) que se colocavam à frente dos negócios para manterem ocultos os reais proprietários dos bens adquiridos com o esquema de pirâmide financeira.
Em um dos locais, um homem foi preso por posse ilegal de arma de fogo e será liberado após pagamento de fiança. A nota da PF informa, ainda, que a Justiça Federal determinou o bloqueio de imóveis ocultados em nome dos “testas de ferro”, além do montante de cerca de R$ 2 milhões de suas contas bancárias.
Os investigados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro e, se condenados, podem pegar até dez anos de prisão.
A Ympactus, que fazia a representação da Telexfree no país, começou a atuar em território brasileiro em 2012, oferecendo planos de telefonia pela internet, o chamado VoIP. A empresa dizia lucrar muito com o setor e adotou um sistema de venda direta remunerada para divulgar o produto.
A promessa era de que, para lucrar, era necessário estimular os compradores a se tornarem revendedores. Ou seja, era preciso atrair mais compradores/divulgadores, que, sem saber, pagavam pela remuneração dos clientes mais antigos.
Em 2013, o Ministério do Acre solicitou a proibição das atividades da empresa no país, e diversos outros processos surgiram a partir daí. Quase um milhão de brasileiros foi prejudicado e, ainda hoje, muitos nunca recuperaram a soma investida. A cifra devida chega a R$ 2 bilhões.
Hoje, a grande maioria dos processos envolvendo os chefes do esquema, Carlos Costa e Carlos Wanzeler, está tudo em fase recursal, e a falência se encontra em fase de arrecadação e avaliação de ativos da massa falida (Telexfree). Somente encerrada esta etapa será feito o rateio.
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