Trabalhadores da saúde do Espírito Santo precisaram ter paciência e enfrentar uma extensa fila em Vitória nesta segunda-feira (5) para evitar o desconto nos salários das taxas cobradas pelo sindicato da categoria. Para fugir dessas contribuições, a exigência era entregar uma declaração de próprio punho na sede no sindicato, no Centro da Capital, até esta segunda.
A norma abrange os profissionais ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais e empresas de saúde filantrópicas e privadas no Estado do Espírito Santo (Sintrasades), que precisaram justificar a não adesão às taxas que estão sendo cobradas. A fila formada foi tamanha que até a Polícia Militar foi chamada para conter o tumulto.
Segundo uma das trabalhadoras, a líder de laudos Loredana Anacleto Ramos, o sindicato vem cobrando três contribuições: a de bem estar, a de assistência e a anuidade.
Ela afirma que os profissionais não concordaram com as cobranças. "O sindicato havia informado que teríamos entre os dias 4 e 7 deste mês para fazermos oposição ao pagamento. No entanto, hoje (5) eles falaram que este já é o último dia. Na fila há funcionários de todo o setor da saúde e os descontos variam mais ou menos entre R$ 60 e R$ 200", disse.
De acordo com ela, no total, é necessário fazer nove cartas de próprio punho. "São três cartas contestando cada uma das três cláusulas e depois temos que levá-las para dar entrada no sindicato e para isso foi formada esta fila. Como era até o dia 7, algumas pessoas nem se prepararam para vir hoje (5). Mas em cima da hora falaram que era até às 16h desta segunda. Chegou a ter 500 pessoas na fila e por volta das 17h ainda tinham umas 350 pessoas", afirmou.
O técnico em enfermagem do trabalho Renato da Silva destacou o fato de que havia muita gente no local e sem distanciamento. "Estamos na fila para homologação de recusa de contribuição sindical. Somos todos profissionais na área de saúde, muitos saíram dos hospitais e vieram para a fila. Outros estavam de folga para realizar o processo. Muita falta de respeito, tendo em vista o decreto do governo", comentou.
Demandada sobre o assunto, a Polícia Militar informou que equipes foram acionadas para verificar a situação de tumulto em frente ao sindicato no Centro de Vitória. No local, os agentes foram informados de que pessoas aguardavam para serem atendidas e resolverem uma situação de uma taxa cobrada no contracheque. Próximo das 16h, as pessoas foram informadas de que o expediente seria encerrado e então foi iniciado o tumulto. Após conversa, foi acordado que todas as pessoas que estavam na fila seriam atendidas.
A Gazeta tenta contato com o Sintrasades desde a tarde desta segunda, mas ninguém foi localizado até a publicação da reportagem. A matéria será atualizada caso algum posicionamento seja enviado.
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