O Censo Demográfico 2022 não será concluído este ano. Entre os motivos estão a falta de candidatos para trabalhar como recenseadores e a recusa da população em responder o questionário. Atualmente, o Espírito Santo é o terceiro Estado mais atrasado na contagem da população, com 70,67% dos domicílios visitados.
Em entrevista ao Bom Dia ES, o superintendente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Espírito Santo, Max Athayde Fraga, informou que há dificuldade na contratação de recenseadores em vários municípios capixabas. O problema maior tem sido nas cidades de Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Aracruz, além da Grande Vitória.
“Estamos em um período em que as pessoas estão procurando emprego formal. O mercado está aquecido, com a geração de diversos postos de trabalho para as atividades do Natal. Além disso, as chuvas registradas nas últimas semanais atrapalharam a coleta de dados. Enfrentamos esta competição, mas o IBGE tem feito todos os esforços para contornar essa situação. Uma das alternativas é deslocar os recenseadores dos municípios que já terminaram a coleta para aqueles que estão mais carentes de profissionais”, ressaltou.
O IBGE já lançou diversos editais de processos seletivos e segue com dificuldade de contratar trabalhadores em algumas regiões do país. O órgão tenta flexibilizar regras de contratação e melhorar a remuneração dos recenseadores como forma de atrair e reter candidatos. A falta de pessoal provocou o adiamento da finalização da pesquisa. O prazo inicial era outubro. Agora, a previsão passou para o final de janeiro.
O órgão tem até 28 de dezembro para entregar ao Tribunal de Contas da União (TCU) dados preliminares da pesquisa. As estatísticas são usadas para a distribuição do fundo de participação dos municípios (FDN).
Entretanto, cerca de 30% dos moradores do Espírito Santo ainda não responderam ao questionário. Fraga ressaltou que a pesquisa rápida dura, em média, seis minutos, enquanto que a completa, que será respondida por 12% da população, são 16 minutos.
“Os recenseadores têm dificuldade em coletar as informações que não conseguem encontrar os moradores em casa durante o dia. Para isso, pedimos ajuda aos síndicos para que facilitem a chegada dos bilhetes que são deixados pelos profissionais. As pessoas podem responder por telefone ou internet. Não precisa ser presencial. Mas cerca de 99% das entrevistas são feitas presencialmente”, comentou o superintendente.
Fraga disse ainda que, ao final da coleta, 100% das residências terão sido visitadas. Assim que a operação for encerrada, o IBGE vai disponibilizar um telefone para que a população informe caso não tenha recebido a visita de um recenseador.
O Censo Demográfico tem por objetivo contar os habitantes do território nacional, identificar suas características e revelar como vivem os brasileiros, produzindo informações imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de investimentos da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo.
No último dia 6 de dezembro, o IBGE divulgou o quarto balanço da coleta do Censo Demográfico 2022. Desde o início da operação, em 1º de agosto, até o dia 5 de dezembro, foram recenseadas 168.018.345 pessoas, em 59.192.875 domicílios no país. Esse total corresponde a 78,73% da população estimada do país.
O Estado mais adiantado, ou seja, com maior proporção de pessoas recenseadas em relação a população estimada, é o Piauí (96,2%), seguido por Sergipe (91,2%) e Rio Grande do Norte (89,8%). Os menos adiantados são Mato Grosso (65,9%), Amapá (66,9%) e Espírito Santo (70,67%).
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