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Vale reduz produção de pelotas em 12,4% no Complexo de Tubarão

Vale reduz produção de pelotas em 12,4% no Complexo de Tubarão

Queda do preço e da demanda impactaram a exportação desse produto. Além disso, três usinas de pelotização realizaram paradas

Publicado em 28 de abril de 2020 às 20:41

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Vista aérea da usina de pelotização da Vale no Complexo de Tubarão
Vista aérea da usina de pelotização da Vale no Complexo de Tubarão. (Mosaico Imagem/Divulgação Vale)

A produção de pelotas pela Vale, no Espírito Santo, caiu 12,4% no primeiro trimestre deste ano em comparação com os três últimos meses de 2019. A queda é ainda maior se a comparação for feita com o primeiro trimestre do ano passado: 33,9%. As paradas das usinas e a falta de matéria-prima para a produção das pelotas foram as responsáveis pelo mau desempenho.

De acordo com o relatório de produção da Vale, entre os meses de janeiro e março, o complexo de Tubarão – composto por oito plantas industriais – produziu 5,1 milhões de toneladas (Mt) de pelotas. 

Ainda segundo os dados da empresa, a queda aconteceu por conta de paradas programadas, desde outubro de 2018, nas plantas 1 e 2; e parada não programada de manutenção da planta de Tubarão 6, realizadas em janeiro e fevereiro; e ainda em consequência da menor disponibilidade de feed de pelotas (fino do minério de ferro) da planta de Brucutu, em Minas Gerais.

De acordo com o gerente de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Durval Vieira de Freitas, desde o final do ano passado, a melhora no preço do minério em relação ao de pelotas fez com que a Vale priorizasse a exportação do primeiro item. 

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O minério de ferro é faturação direta de Minas Gerais. Já a produção de pelotas tem agregação de valor e gera postos de trabalho e impostos para o Espírito Santo. A companhia representa entre 6% e 8% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Quando ela diminui atividade, o PIB também cai

Durval Vieira de Freitas
Gerente de Petróleo e Gás da Findes
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Ele ainda lembra que o efeito coronavírus na economia também impactou a demanda por pelotas, que é matéria-prima para a fabricação do aço. Segundo Durval, o aço é consumido por quatro grandes indústrias: automobilística, fabricação de equipamentos, construção civil e fabricação de linha branca.

Como os países que mais usam essa matéria-prima foram os que mais sofreram com o coronavírus, o consumo caiu drasticamente. "Com a crise do coronavírus, houve uma queda no consumo de aço mundial, que começou a retomar há um mês com a China. Porém, a Europa e os Estados Unidos, que são outros dois grandes clientes nossos, também estão reduzindo o seu consumo", afirma.

O especialista acredita que ainda deve levar de três a seis meses para ter uma visão melhor desse quadro de perdas. "Estamos no olho do furacão. Em termos de pelotas, acreditamos que a exportação seja próxima ao ano passado, que já foi menor do que a dos anos anteriores. Mas, uma boa notícia é que teremos a retomada da Samarco em dezembro", ressalta.

PRODUÇÃO NACIONAL

No total, a produção de pelotas da Vale foi de 6,9 Mt no primeiro trimestre deste ano, ficando 26,4% e 43,1% menor do que no quarto e no primeiro trimestre do ano passado, respectivamente.  O número mostra os efeitos, principalmente, da parada voluntária das plantas de Tubarão e da baixa disponibilidade de feed de pelotas, em função do período de chuvas no Sistema Norte e da parada parcial da planta de Brucutu. 

Segundo a companhia, o guidance de produção de pelotas foi revisado de 44 Mt para 35-40 Mt, principalmente devido: à menor disponibilidade de feed de pelotas na planta de Brucutu, relacionada à suspensão da disposição de rejeitos na barragem Norte/Laranjeiras; e às incertezas, a curto prazo, relacionadas à demanda de pelotas.

IMPACTOS DO CORONAVÍRUS NA VALE

Segundo o relatório de produção da empresa, "em geral, no primeiro trimestre de 2020, a produção nos negócios da Vale sofreu um impacto limitado devido à pandemia da Covid-19". Mas, no futuro, o impacto nas operações poderá ser mais significativo, principalmente:

  • Pelo aumento potencial nos níveis de absenteísmo em seus sites de produção, se for necessário intensificar as medidas de segurança para proteger seus empregados, caso haja uma escalada de contágio nas localidades em que opera; 
  • Pelo adiamento de paradas de manutenção programadas nas plantas de Metais Básicos, devido a restrições de segurança; 
  • Em razão de restrições potencialmente mais severas, impostas pelas autoridades para combater a pandemia da Covid-19, que podem restringir seu contingente mínimo de mão-de-obra.

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