As sucessivas quedas na taxa básica de juros têm impactado diretamente aqueles que têm investimentos e aplicações no mercado financeiro. Muitos ativos populares, principalmente aqueles com ganhos atrelados à Selic, sofreram queda na rentabilidade. Para especialistas, esse é um bom momento para sair da zona de conforto e aceitar maiores riscos.
"Há pouco tempo atrás, em 2016, a Selic estava em 14% ao ano e com o juros altos, os brasileiros se habituaram a investir com alta liquidez e baixo risco. Esse cenário mudou, hoje temos juros a 5,5%, com tendência a continuar caindo. Esse tipo de investimento conservador, com liquidez alta e mais seguro de fato não é mais tão interessante, explica o assessor de investimentos da Valor, Felipe Sathler.
Essa também é a observação do economista e consultor de investimento José Márcio de Barros. As pessoas tinham costume de somente investir em renda fixa. Agora é preciso aceitar níveis de risco maiores.
Com os investimentos indexados ao CDI, que acompanha a Selic, cada vez menos rentáveis, o investidor que quiser manter a lucratividade vai precisar adaptar sua maneira de investir de maneira gradual, respeitando o perfil de cada um.
O que precisa ficar bem desenhado é o perfil do investidor. Não adianta nada a instituição recomendar um investimento para o cliente hoje e ele ficar insatisfeito no futuro. As pessoas vão correr risco desde que compreendam o que isso significa, disse José Márcio de Barros.
Quem tem perfil mais conservador e não está disposto a correr os riscos do mercado de renda variável, como ações, a dica é dar preferência aos títulos de renda fixa prefixados ou corrigidos pela inflação para compensar a tendência de novas quedas dos juros no futuro. Alguns exemplos são os fundos multimercado, em que o investidor delega ao operador a escolha de onde investir.
Já para quem tem mais familiaridade com a volatilidade do mercado, o investimento com maior potencial é a Bolsa de Valores, que se beneficia da queda dos juros. A bolsa tem batido novos recordes. Daqui para frente veremos mais e mais pessoas investindo em mercado de ações. É um setor de risco, mas quem pode vai começar a direcionar parte dos recursos para ele. Não é para enfiar o pé, mas considerar ter parte do patrimônio em renda variável, explica o economista.
A orientação dos consultores é, antes de tudo, procurar um especialista. Essa pessoa vai entender o seu perfil de investidor e poderá dar opções de investimento dentro do seu perfil, nível de vida e dentro do cenário econômico, aconselha Sathler.
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