Um dos setores mais penalizados pela crise do coronavírus, o varejo capixaba começa a mostrar recuperação. Dados da Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em junho as vendas cresceram 6,7% em relação a maio deste ano. Mas uma informação que surpreende é o avanço de 7,3% em relação ao sexto mês de 2019. O resultado mostra que as negociações estão no ritmo do período pré-pandemia.
O segmento apresentou recuperação pelo segundo mês seguido, de acordo com o IBGE, motivado, principalmente, pelas medidas de flexibilização da economia, que resultaram em mais pessoas circulando e uma redução no isolamento social contra a Covid-19.
O tipo de loja que teve o maior avanço nas vendas foi o de material de construção, com alta de 91,7% em comparação com junho de 2019.
Outros negócios que têm contribuído para o retorno das vendas são os hipermercados, que apresentaram alta de 17,6% em comparação com o mesmo período do ano passado; vestuário, 14,8%; móveis e eletrodomésticos, 13,4%; eletrodomésticos, 12,7%.
Mas nem todos os ramos do varejo conseguiram recuperar e acumulam queda em relação ao mesmo período do ano passado. Entre esses estão: combustíveis, -20,9%; livros, revistas e papelaria, -21,5%; artigos de uso pessoal e doméstico; -20,8%.
A Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio) comemorou os dados. Segundo o diretor da entidade, José Carlos Bergamin, as medidas de flexibilização do governo estadual, aliadas à prorrogação do pagamento de impostos e os mecanismos trabalhistas como a suspensão de contratos, foram fundamentais para mitigar o prejuízo.
"Os números são positivos, são bons, esperávamos estrago maior na economia. Já ficamos surpresos em maio, porque o Estado estava quase fechado, mas o que fechou foram lojas e muito do comércio não passa por lojas", diz.
Ele pondera, contudo, que os pequenos lojistas, principalmente aqueles que atuam no setor de produtos de uso pessoal, como roupas, calçados, perfumaria e acessórios, seguem tendo prejuízo.
"Quando olhamos para o comércio no seu aspecto mais social, o grosso do pequeno comércio, muito voltado para bens de uso pessoal, ele acaba não representando muito nos números, mas representa muito na empregabilidade, ocupação e distribuição de renda das famílias. Esses lojistas ainda estão com dificuldades muito grandes", aponta.
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