As vendas do comércio varejista no Estado cresceram apenas 0,4% em outubro, na comparação com o mês anterior, mantendo a sexta variação positiva apesar de o dado mostrar estabilidade. Na comparação com outubro de 2019, o avanço é de 13%, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o mesmo período do ano passado, todos os segmentos apresentaram crescimento. O resultado é puxado, principalmente, pelas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que expandiram 36,4%, sob influência do maior número de profissionais trabalhando em home office durante a pandemia.
O segundo maior crescimento vem das vendas de tecidos, vestuário e calçados, que cresceram 17,8%. Na sequência, as vendas de supermercados e hipermercados, com alta de 16,9%. Vale lembrar que os alimentos têm sido carro chefe da inflação nos últimos meses.
As vendas de eletrodomésticos subiram 16%. Também tiveram variação positiva as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (13,8%), bem como livros, jornais, revistas e papelaria (9,4%).
A procura por combustíveis e lubrificantes aumentou em 4,4%, enquanto artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foram 1,2% mais buscados. Já a procura por móveis aumentou 0,9%. As vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico cresceram 10,2%.
No acumulado do ano, o crescimento do varejo capixaba foi de 3,6% mesma variação acumualda em 12 meses.
Enquanto um indicador aponta para o crescimento, no índice que avalia as vendas do comércio varejista ampliado, o Espírito Santo apresentou o pior resultado do país em outubro, com retração de 2,4% em relação a setembro. O resultado quebra o ciclo de crescimento observado nos cinco meses anteriores.
O motivo para a variação negativa reflete-se nos resultados observados ao longo dos meses. Na comparação com outubro do ano passado, as vendas aumentaram em 8,8%. Ocorre, porém, que o varejo ampliado contempla também as vendas de material de construção e veículos, motos, partes e peças.
Enquanto o primeiro segmento avançou 91,4%, com o aumento de pequenas reformas e outras obras, as vendas de veículos, motos, partes e peças diminuíram 6,7% em relação a outubro de 2019.
No ano, o avanço do varejo ampliado foi de 2,7%, enquanto em 12 meses, o desempenho do varejo ampliado melhorou 3,2%.
Segundo o diretor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, a desaceleração das vendas do varejo já era esperada.
Esperávamos, no início da pandemia, uma retomada mais lenta, mas veio muito acima do esperado, por causa do auxílio, empréstimos, garantia de estabilidade por causa da suspensão de contrato. Isso, somado a uma demanda reprimida, fez com que as pessoas comprassem mais em outros meses. Mas o fôlego dessas medidas do governo está acabando.
Bergamin observa que o desempenho do comércio começa agora a se ajustar à realidade econômica do Estado e do país. Somado a isso, muitas pessoas tem voltado a ter incertezas em relação à pandemia, e, por isso, estão comprando menos.
De fato, as vendas perderam força, mas ainda é um resultado considerado bom. Em alguns pontos, o número veio até maior do que estava esperado. Quase todos os setores pontuaram positivamente.
O diretor da Fecomércio-ES considera que os meses de novembro e dezembro devem seguir essa tendência de pequenos crescimentos, mas com resultados um pouco melhores que o de outubro, em virtude da Black Friday e das vendas de Natal, já em andamento.
A preocupação, segundo Bergamin, vem a partir de 2021, cujo início ainda é incerto, em função do avanço da pandemia que tende a impactar o turismo, grande responsável por movimentar o Espírito Santo entre janeiro e fevereiro , e do fim das medidas de apoio do governo federal.
Em outubro de 2020, o volume de vendas do comércio varejista nacional subiu 0,9% frente a setembro; é a sexta taxa positiva consecutiva desde maio. Na comparação com outubro de 2019, o aumento foi de 8,3%. No acumulado no ano, o varejo nacional cresceu 0,9%. Já o acumulado em 12 meses ficou em 1,3%.
No varejo ampliado, as vendas aumentaram em 2,1% em relação a setembro; é a sexta variação positiva consecutiva. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 6%. Entretanto, o resultado acumulado no ano, bem como o acumulado em 12 meses, é negativo, com retração de 2,6% e 1,4%, respectivamente.
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