Um voo da Azul que sairia de Guarapari para Belo Horizonte no final tarde desta quinta-feira (24), véspera de Natal, foi cancelado e virou até caso de polícia após cinco passageiros não terem como voltar para a casa e passar a noite natalina com a família. Os consumidores alegam que só devem conseguir embarcar em uma outra aeronave nesta sexta-feira (25), às 15 horas.
A rota aérea especial de verão começou a ser operada pela empresa na semana passada em aeronaves modelo Cessna Grand Caravan, que têm capacidade para nove clientes. Mas uma semana após o início das operações já teve um dos voos cancelados, apesar dos bilhetes vendidos.
Um dos afetados, o empresário do ramo de tecnologia Rodrigo Giovanni de Almeida Domingos Jorge, de 30 anos, contou para a reportagem que o avião que os levaria até a capital mineira estava previsto para chegar a cidade capixaba por volta das 16h30 para logo em seguida decolar novamente. O horário de voo de volta para Minas é 16h35.
De acordo com ele, a aeronave deixou BH com atraso e acabou pousando em Vitória por causa de alguns problemas que impediram que a descida acontecesse em Guarapari.
"O avião pousou quase 18 horas em Vitória. Teria dado tempo de fazer um translado até lá, pois o voo estava previsto para sair de lá às 20h30. Mas a Azul não providenciou essa transferência. Foi uma grande negligência", reclama o passageiro.
Rodrigo conta que ele viajava sozinho. Veio ao Espírito Santo de carro para deixar a mãe e a tia na Praia de Itaipava, em Itapemirim, por causa do aumento de casos de Covid-19 em Belo Horizonte. Mas o veículo ficou com elas e ele decidiu voltar para casa no recém-lançado voo de Guarapari.
Junto com Rodrigo, também está no grupo de passageiros uma mulher com duas crianças e um senhor. "Eu não tenho justificativa para dar ao meu filho de três anos. Ele estava me esperando para a ceia de Natal. Mas nem o almoço de amanhã poderei ter com ele e minha esposa", lamenta Rodrigo.
Diante da situação, o grupo prejudicado chamou a polícia e registrou boletim de ocorrência. Às 20 horas, quando conversava com a reportagem, Rodrigo contou que ele e outros passageiros ainda não sabiam onde seriam hospedados.
Ele aproveitou para reclamar das condições do Aeroporto de Guarapari. "Como a prefeitura permitiu um voo comercial em um lugar que nem água é vendida para os passageiros? Não tem uma lanchonete", afirmou.
Procurada pela reportagem deste a noite de quinta-feira, a Azul respondeu na tarde desta sexta (25) informando que a aeronave não pousou em Guarapari por problemas meteorológicos. "Em consequência disso, o voo AD5103 (Guarapari-Belo Horizonte) foi cancelado e os clientes impactados seguiram por via terrestre até o aeroporto da Capital capixaba. No entanto, a aeronave que iria operar o voo da volta a partir de Vitória foi submetida à uma manutenção não-programada".
A Azul afirmou que os clientes "receberam toda a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Anac, e foram reacomodados em voos que da própria companhia programados para hoje". A companhia lamentou aborrecimentos ocorridos e afirmou que ações como essas são necessárias para garantir a segurança de suas operações.
O Aeroporto de Guarapari começou a receber os voos para Belo Horizonte há exata uma semana. Há 18 anos o terminal não tinha operações comerciais regulares. A rota ofertada durante o verão liga a cidade capixaba à Belo Horizonte com voos até 31 de janeiro.
A operação é da Azul Conecta, empresa sub-regional da Azul, com as aeronaves modelo Cessna Grand Caravan, que têm capacidade para nove clientes. Com a pista pequena e limitada, o Aeroporto de Guarapari não pode receber grandes aviões.
A Azul Linhas Aéreas enviou resposta explicando o ocorrido por volta das 17h45 desta sexta-feira (25). O texto foi atualizado.
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