A capixaba Wine pediu a suspensão da sua abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) estava marcada para acontecer na sexta-feira (6) e tinha expectativa de levantar cerca de R$ 1 bilhão para a empresa, mas foi cancelada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira (3), após pedido da própria companhia.
No comunicado enviado à CVM na semana passada, a Wine explicou que "a atual conjuntura de mercado mostra-se adversa para a distribuição pública de valores mobiliários, especialmente ações", em referência ao ano ruim da Bolsa de Valores em 2020, diante da crise do coronavírus, com o Ibovespa - principal índice da B3 - acumulando perdas de 18,91% desde janeiro. Outras 14 empresas já haviam desistido de abrir o capital na bolsa em 2020.
A informação havia sido antecipada com exclusividade na semana passada pela colunista Beatriz Seixas, que explicou que a demanda de investidores interessados em fazer a reserva foi abaixo do esperado e que, diante da grande turbulência que o mercado financeiro passou na última semana, aumentou a aversão ao risco.
O comunicado esclarece que os investidores que já tenham aderido ao IPO, mediante o encaminhamento de pedido de reserva, poderão desistir de participar até as 16 horas do dia 9 de novembro, sem quaisquer ônus, tendo direito à devolução dos valores depositados (sem remuneração, juros ou correção monetária). O documento afirma ainda que, em caso de decisão para retomada do IPO, um novo cronograma será divulgado.
Criada em 2008, a Wine conta hoje com 1 milhão de clientes em seu site, e mais de 178 mil sócios do clube Wine, sendo o maior clube de vinhos do Brasil. A previsão com o IPO era de que cada ação fosse custar entre R$ 8,50 e R$ 10,50. Já o valor mínimo de pedido de investimento era de R$ 3 mil por Investidor da Oferta de Varejo, e R$ 1 milhão por Investidor Private.
Mesmo em meio ao cenário da pandemia, a empresa capixaba apresentou bons resultados no primeiro semestre deste ano. A Wine registrou aumento de 26,4% na receita líquida total até 30 de junho, quando comparado ao mesmo período de 2019. No primeiro trimestre, período anterior à pandemia, o crescimento de receita líquida foi de 12,1%.
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