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62% dos capixabas mudaram totalmente a rotina após coronavírus

62% dos capixabas mudaram totalmente a rotina após coronavírus

Levantamento realizado pelo portal A Gazeta também mostrou que maioria acha necessário o isolamento como prevenção

Publicado em 26 de março de 2020 às 15:54

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Data: 19/03/2020 - ES - Vitória - Agência da Caixa Econômica da Praia do Canto - Os efeitos do coronavírus na Grande Vitória - Editoria: Cidades - Foto: Fernando Madeira - GZ
Os efeitos do coronavírus na Grande Vitória atingiram comércio,  serviços e rotinas de trabalho. (Fernando Madeira)

A maioria dos capixabas já mudou a rotina por conta no novo coronavírus e está tomando medidas para evitar ser infectada, apontou pesquisa realizada pelo portal A Gazeta, entre a última sexta (20) e segunda-feira (23). Foram ouvidos 1.598 pessoas de todas as regiões do Estado, de várias idades, escolaridade e sexo. A margem de erro é de 2,45 pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa mostrou que 62% dos entrevistados afirmaram ter mudado completamente de rotina para evitar ser infectada, e outras 34,4% disseram ter mudado parcialmente. Uma parcela muito menor declarou que não mudou nada, mas pretende mudar (1,7%), e 1,9% afirmaram que não irão mudar os hábitos.

Do total, 51,2% declararam que se sentem angustiados, mas acham necessário o isolamento como prevenção contra a doença, e 45% consideraram que estão bem, e vão cumprir as medidas. Por outro lado, 1,5% disseram que não vão cumprir as medidas de isolamento e 2,3% se sentem angustiados, e acham exagero todas as medidas de isolamento.

No entanto, apesar de a maioria ter declarado que mudou os hábitos por conta da pandemia, ainda há muita desconfiança com relação às medidas. Perguntados se consideram que os capixabas estão preparados para as medidas de isolamento necessárias, o maior percentual registrado foi o de 19,7% que consideram como nada preparados. De 0 a 10, outros 18,4% escolheram uma nota intermediária (5), e só 2% acham que os capixabas estão muito preparados.

ATITUDES

As condutas mais alteradas citadas pelos leitores foram evitar aglomerações (83,7%), evitar sair de casa (78,5%) e evitar aperto de mãos e abraços (75,6%). Cada entrevistado podia citar mais de uma resposta. Apenas 0,9% disseram que não mudaram hábitos.

Quanto às medidas adotadas pelas empresas, as mais citadas foram a liberação de home office (trabalhar de casa), aumentar a frequência da limpeza e adotaram campanhas sobre higiene. Na alimentação, as atitudes mais alteradas em razão da pandemia foram comer em casa e utilizar serviços de delivery. Já sobre o transporte, mais da metade das pessoas afirmaram que passaram a evitar usar transporte público e evitar locomoção, trabalhando remotamente.

Com relação à higiene, 90,5% dos leitores citaram que passaram a lavar as mãos com sabonete com mais frequência, 71,6% estão usando álcool em gel nas mãos e 60,3% limpam celular e outros dispositivos com álcool.

PERCEPÇÃO SOBRE O CORONAVÍRUS

Um entre quatro leitores de A Gazeta disse estar muito esperançoso com o combate do coronavírus no Brasil. Solicitados a classificar o sentimento de 0 a 10, 23,3% afirmaram que têm muita expectativa sobre uma melhora no quadro. Outros 15,2% optaram pela nota 5, ou seja, têm uma esperança média sobre a melhora, e 8,2% afirmaram estar nada esperançosos.

Sobre as informações recebidas sobre a pandemia, 76,5% declararam que estão se informando muito, e 20,4% também disseram que estão se informando. 70,7% avalia as orientações como claras e suficientes e 22,9% acha as orientações claras, mas insuficientes. As principais fontes de informação são a televisão (75,8%) e os sites de notícias (64,3%). Os sites do governo e comunicados oficiais também se mostraram relevantes para os entrevistados com 54,4%, seguidos pelas redes sociais, utilizadas por 51,6%. Junto a isso, 32,5% utilizam o WhatsApp para se informar sobre a pandemia, em grupos de família e amigos, e 23% estão em grupos de sites de notícia.

Os leitores de A Gazeta entrevistados acreditam que os principais impactos na economia por conta do coronavírus serão o desemprego, citado por 60,1%, a recessão da economia, com 46,5%, e que empresas e comércios vão quebrar, apontado por 43,6%. Uma parcela menor, de 16,6% acredita que haverá falta de abastecimento de produtos e 3,4% no aumento do preço da gasolina.

MUDANÇA DE ROTINA

A Gazeta também perguntou aos leitores sobre como estão agindo, em relação à continuidade ou pausa em algumas atividades rotineiras, como ir a parques, praias, eventos fechados, restaurantes, entre outros. A atividade que a maior parte de pessoas respondeu que já deixei de fazer é ir a lojas de rua e shoppings, paralisada por 70% dos entrevistados. Outros 65,4% afirmaram que não estão visitando familiares em situação de risco, e 63,2% declararam que não estão frequentando eventos fechados.

A medida na qual o maior número de leitores respondeu que vai continuar fazendo são as atividades esportivas em locais abertos, citada por 7,6%, enquanto 49,9% já pararam de fazer, e 33,2% disseram que não têm o costume.

ENTREVISTADOS

A amostra de entrevistados por A Gazeta contou com 47% de homens e 53% de mulheres, sendo 67,7% da Grande Vitória e 32,3% do interior do Estado. A pesquisa foi realizada pela gerência de Audiência e Pesquisas da Rede Gazeta, e foi toda desenvolvida internamente, com o desafio de ser respondida de forma online e respeitando parâmetros estatísticos, de forma que a amostra representasse a população capixaba, conforme o responsável pela área, Aldo Agurto.

"À luz dos acontecimentos que tem atingido o mundo todo, temos nos deparado dia a dia com uma avalanche de informações, mas até agora, nada que diga ao impacto da covid-19 na vida do próprio capixaba. Grande parte das informações que circulam dizem respeito ao brasileiro como um todo. Por isso, neste cenário, desenvolvemos de forma inédita uma pesquisa que refletisse o impacto do coronavírus na vida do capixaba, além de poder entender como ele está lidando em termos de informação, como ele está agindo no dia a dia e ouvirmos a respeito das dúvidas que ainda pairam a respeito do coronavírus", explicou.

O editor de Performance de A Gazeta, Aglisson Lopes, pontuou sobre a relevância de um levantamento como este no atual cenário. "Consideramos essencial entender o sentimento da sociedade nesse momento tão crítico. Diariamente recebemos centenas de mensagens de leitores, com muitas dúvidas e muitas opiniões. Pesquisas como essa nos ajudam inclusive na melhoria da produção do nosso conteúdo durante a cobertura sobre a pandemia de coronavírus", afirmou.

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