Cerca de 20 crianças acompanhadas dos pais estiveram em frente ao Pronto Atendimento de Alto Lage, em Cariacica, esperando atendimento, nesta sexta-feira (3). Os familiares ameaçaram protestar contra a situação após o setor pediátrico do PA amanhecer fechado depois de cinco pediatras pedirem demissão alegando más condições de trabalho, segundo o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes).
Os pais permanecem em frente ao PA mesmo com um cartaz informando sobre o não funcionamento da pediatria das 7h às 19h desta sexta-feira. A prefeitura afirmou que o atendimento noturno está mantido. A dona de casa Vancleia Araújo esteve no local com os dois filhos, de 8 e 3 anos, e contou que eles estão passando mal há três dias.
Pais reclamam sobre falta de atendimento; Veja
O CASO
Após cinco médicos pediatras pedirem demissão, o setor pediátrico do Pronto Atendimento de Alto Lage, em Cariacica, esteve fechado na manhã desta desta sexta-feira (3). Um aviso no portão dizia que o funcionamento permaneceria interrompido no plantão diurno, das 7h às 19h.
De acordo com informações da secretária de Saúde do município, Elizabeth Albuquerque, cinco pediatras pediram demissão na última semana. Apesar disso, o plantão noturno está mantido e deve contar com quatro médicos.
De acordo com informações da equipe de reportagem da Rádio CBN Vitória, alguns pais esperavam um retorno em frente ao PA. Uma das mães que esteve no local é dona de casa Sandra Sousa e o filho de um ano e 11 meses, que está com infecção de ouvido.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Por nota, a secretaria orientou a população que procurasse os PAs de Bela Vista e Nova Rosa da Penha, que funciona até as 17h. A secretária reforça que foram convocados 29 pediatras para atender o PA do trevo, os profissionais têm até dia 7 de maio para entregarem a documentação para efetivar a contratação.
"SITUAÇÃO ANUNCIADA"
O presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Baptista, afirmou que os pedidos de demissão foram uma "situação anunciada". Ele disse que as condições de trabalho no PA são complicadas para o profissional e, além de excesso de trabalho, não há expectativa de efetivação, o que também motivou os pedidos de demissão.
"O PA do Trevo (Alto Lage) tem uma estrutura gigantesca, mas as condições internas não atendem a demanda aumentada do município e quem está na linha de frente é o médico, que pega essa sobrecarga de trabalho. Há superlotação e, por isso, uma pressão enorme em cima do profissional, além da sobrecarga de trabalho, por conta de escalas furadas. A população faz uma pressão contra o médico, há violência física, psíquica, moral, contratos precarizados sem expectativa de efetivar, todo esse contexto", explica o presidentes do Simes.
Com informações de Caique Verli
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta