Nesta quinta-feira (19), a morte do mineiro Vamberto Luiz de Castro, aos 64 anos, comoveu o país. Em setembro deste ano, ele ficou conhecido por ter vencido um câncer terminal com um tratamento pioneiro no Brasil. Porém, no início deste mês, por ironia da vida, ele sofreu um acidente em Belo Horizonte e acabou falecendo em decorrência de um traumatismo craniano.
O triste e incongruente desfecho desta história é parecido com o vivido por uma família do Espírito Santo. Em março de 1998, depois de três anos de ter sido diagnosticado com câncer e vencido essa luta, o capixaba Diógenes Antônio Vescovi Modenesi, a poucos dias de receber a alta definitiva pela cura doença, se afogou no mar da Barra do Sahy, em Aracruz, no litoral Norte do Estado.
No entanto, antes de falecer aos 36 anos, ele ajudou a construir a Igrejinha da Pedra, junto da irmã Fátima Modenesi e dos pais Artelino Modenesi e Santa Vescoci. Bem à vista dos motoristas que passam pela BR 101, na altura da cidade de Ibiraçu, a construção é resultado de uma promessa abruptamente interrompida e da devoção a Santo Antônio.
No alto de uma rocha, a singela capela começou a ser construída no final de 1997, como o início do pagamento de uma promessa feita pela família. Naquela época, todos tinham fé de que Diógenes alcançaria a cura e no ano seguinte, quando boa parte da estrutura estava construída, ele também já apresentava avanços significativos no tratamento.
A igrejinha estava no meio quando ele faleceu. Não sabemos ao certo o que aconteceu, mas meu irmão entrou no mar e acabou se afogando. Ficamos atônitos. Essa fatalidade foi em um sábado; na quarta-feira, ele iria para São Paulo, ser liberado do tratamento, porque já estava curado, relembrou a irmã Fátima Modenesi, em entrevista cedida para A Gazeta em 2015.
No dia 5 de junho de 1998, data na qual Diógenes completaria 37 anos, a igrejinha foi inaugurada com uma celebração. A partir de então, o que seria o símbolo da vitória da família se transformou em uma representação do ente querido. Ela é o retrato do que meu irmão era: humilde, simples e próximo da natureza, comentou Fátima.
* O vídeo acima foi gravado e utilizado, originalmente, em 2015
Desde a inauguração, a igrejinha é um local onde muitas pessoas param para fazer orações, pedidos e agradecimentos. Por lá, é comum encontrar doações em dinheiro e cartas com palavras de gratidão. Como está no caminho de muitos capixabas, também são vários os interessados que desejam conhecê-la.
Muitas pessoas nos pedem para vir aqui. É gratificante e emocionante saber que a obra do meu irmão, de alguma maneira, ajuda a vida dos outros, mesmo tanto tempo depois. Por causa disso, ele continua muito presente. A sensação que temos é que aqui de cima ele continua vivo. Isso nos dá alegria, revelou Fátima.
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