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A história do capixaba que venceu o câncer, mas morreu afogado no ES

A história do capixaba que venceu o câncer, mas morreu afogado no ES

Famosa capela de Ibiraçu tem relação com a história de uma família que viu um ente querido se curar do câncer, mas morrer afogado em praia de Aracruz

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 20:41

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Vamberto Luiz de Castro, de 64 anos, foi curado de câncer em estado terminal com tratamento inédito na América Latina e morreu após um acidente. (Vamberto de Castro/Arquivo pessoal)

Nesta quinta-feira (19), a morte do mineiro Vamberto Luiz de Castro, aos 64 anos, comoveu o país. Em setembro deste ano, ele ficou conhecido por ter vencido um câncer terminal com um tratamento pioneiro no Brasil. Porém, no início deste mês, por ironia da vida, ele sofreu um acidente em Belo Horizonte e acabou falecendo em decorrência de um traumatismo craniano.

O triste e incongruente desfecho desta história é parecido com o vivido por uma família do Espírito Santo. Em março de 1998, depois de três anos de ter sido diagnosticado com câncer e vencido essa luta, o capixaba Diógenes Antônio Vescovi Modenesi, a poucos dias de receber a alta definitiva pela cura doença,  se afogou no mar da Barra do Sahy, em Aracruz, no litoral Norte do Estado.

Diógenes Antônio Vescovi morreu afogado, aos 36 anos, após vencer um câncer. (Carlos Alberto Silva)

No entanto, antes de falecer aos 36 anos, ele ajudou a construir a Igrejinha da Pedra, junto da irmã Fátima Modenesi e dos pais Artelino Modenesi e Santa Vescoci. Bem à vista dos motoristas que passam pela BR 101, na altura da cidade de Ibiraçu, a construção é resultado de uma promessa abruptamente interrompida e da devoção a Santo Antônio.

A HISTÓRIA DA IGREJINHA DE IBIRAÇU

No alto de uma rocha, a singela capela começou a ser construída no final de 1997, como o início do pagamento de uma promessa feita pela família. Naquela época, todos tinham fé de que Diógenes alcançaria a cura – e no ano seguinte, quando boa parte da estrutura estava construída, ele também já apresentava avanços significativos no tratamento.

Fátima ao lado da mãe, Santa: "Aqui temos o sentimento que ele ainda está entre nós". (Carlos Alberto Silva)

“A igrejinha estava no meio quando ele faleceu. Não sabemos ao certo o que aconteceu, mas meu irmão entrou no mar e acabou se afogando. Ficamos atônitos. Essa fatalidade foi em um sábado; na quarta-feira, ele iria para São Paulo, ser liberado do tratamento, porque já estava curado”, relembrou a irmã Fátima Modenesi, em entrevista cedida para A Gazeta em 2015.

No dia 5 de junho de 1998, data na qual Diógenes completaria 37 anos, a igrejinha foi inaugurada com uma celebração. A partir de então, o que seria o símbolo da vitória da família se transformou em uma representação do ente querido. “Ela é o retrato do que meu irmão era: humilde, simples e próximo da natureza”, comentou Fátima.

* O vídeo acima foi gravado e utilizado, originalmente, em 2015

ESPAÇO DE FÉ E AGRADECIMENTO

Desde a inauguração, a igrejinha é um local onde muitas pessoas param para fazer orações, pedidos e agradecimentos. Por lá, é comum encontrar doações em dinheiro e cartas com palavras de gratidão. Como está no caminho de muitos capixabas, também são vários os interessados que desejam conhecê-la.

“Muitas pessoas nos pedem para vir aqui. É gratificante e emocionante saber que a obra do meu irmão, de alguma maneira, ajuda a vida dos outros, mesmo tanto tempo depois. Por causa disso, ele continua muito presente. A sensação que temos é que aqui de cima ele continua vivo. Isso nos dá alegria”, revelou Fátima.

Igrejinha de Ibiraçu surgiu da promessa feita pela família Modenesi(Carlos Alberto Silva)

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