A Justiça condenou Ademir Lucio Ferreira de Araújo, acusado de ter assassinado a menina Thayná Andressa de Jesus do Prado, a 34 anos de prisão pelo crime de estupro praticado contra uma menina de 11 anos, três dias antes do sequestro de Thayná.
De acordo com a decisão do juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, cada estupro equivale a 14 anos de prisão. No dia do crime, Ademir abusou da menina duas vezes. Por ter cometido um sequestro, o criminoso vai cumprir mais quatro anos de reclusão. Além disso, ele vai cumprir dois anos por ter ameaçado de morte a vítima e a família dela.
Considerando que os crimes foram praticados em concurso material, somo as penas aplicadas, tornando-a definitiva em 34 anos de reclusão. A pena privativa de liberdade deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado.
Além de cumprir a pena em regime fechado, a decisão determina que o réu não poderá recorrer em liberdade porque a custódia dele é para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal.
O ESTUPRO DIAS ANTES DO SEQUESTRO DE THAYNÁ
O estupro da menina de 11 anos aconteceu em Universal, Viana, no dia 14 de outubro de 2017, três dias antes dele sequestrar a garota Thayná Andressa de Jesus Prado, de 12 anos, no mesmo bairro.
Segundo as investigações, Ademir abordou a menina oferecendo uma carona e a levou a para um depósito de material de construção, onde a estuprou dentro do carro. Após o crime, ela foi abandonada no meio da rua e precisou ser hospitalizada.
RELEMBRE
14/10/2017
Com um Gol prata, no dia 14 de outubro de 2017 Ademir Lúcio Araújo Ferreira, 55, abordou uma menina de 11 anos em Universal, Viana. A vítima tinha saído para ir ao supermercado a pedido da família e o suspeito, na rua, ofereceu uma carona, mas logo depois desviou o caminho.
Na época, o delegado Lorenzo Pazolini, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), contou que o acusado levou a vítima para um galpão em construção.
"Ela foi estuprada. Nós temos a confirmação, nós temos laudo do DML, temos também o reconhecimento de testemunhas. Então não temos dúvida nenhuma da autoria (do crime) porque ele foi reconhecido pela vítima, foi reconhecido por testemunhas presenciais. Ele levou a menina para um local ermo, um local onde está sendo construído um galpão no município de Viana. Aí ele estacionou o carro em um local onde tem uma grande depósito de material e esse depósito forma monte. Atrás desse monte, ele estacionou o veículo - era uma área oculta do restante do terreno", relatou o delegado.
17/10/2017
A segunda vítima de Ademir foi Thayná de Jesus Prado, de 12 anos. Ela foi vista pela última vez na manhã de 17 de outubro, também no bairro Universal. Imagens de uma câmera de videomonitoramento flagraram o momento em que a menina entrou em um carro cinza.
A própria mãe da menina, Clemilda de Jesus, correu atrás das imagens em comércios próximos e entregou a polícia. Durante as investigações, mesmo com o apelo e protestos da mãe, não havia informações sobre o paradeiro do acusado.
28/10/2017
No dia 28 de outubro Ademir vendeu o carro usado nos crimes para o dono de uma oficina, em Cobilândia, Vila Velha. O comprador, que só foi localizado dez dias depois, informou à polícia que negociou a compra do veículo por R$ 5 mil, pagou R$ 2 mil na hora e combinou com Ademir que acertaria o restante depois. A polícia Civil acredita que ele tenha feito a compra de "boa fé", e não teria ligação com o sumiço da Thayná.
31/10/2017
No dia 31 de outubro, o vídeo que mostra o momento em que Thayná era raptada foi divulgado pela polícia. Sete dias depois, o carro utilizado no crime foi encontrado com o motor batido, em uma oficina de Guarapari.
10/11/2017
No dia 10 de novembro uma megaoperação da polícia foi realizada em Viana, onde, perto de uma lagoa, foi encontrada a ossada de uma criança do sexo feminino. Apesar de o padrasto ter reconhecido o vestido como sendo de Thayná, o DNA que apontou oficialmente que o corpo era mesmo da menina Thayná só saiu no dia 4 de dezembro.
13/11/2017
Policiais militares do Rio Grande do Sul prenderam durante a madrugada do acusado de sequestrar a menina Thayná Andressa de Jesus Prado, 12 anos, e estuprar a menina de 11 anos. Ademir Lúcio Araújo Ferreira foi encontrado na Rua Comendador Manoel Pereira, no Centro de Porto Alegre. A ação contou com o auxílio de policiais civis do Espírito Santo, que ajudaram nas buscas ao foragido. Ademir foi levado para a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento da Polícia Civil, localizada em Porto Alegre.
Ademir contou, em vídeo após ser preso, detalhes do dia do crime. Durante a gravação, ele disse que o corpo da menina estava dentro de uma lagoa em Viana.
FICHA CRIMINAL
Passagens por extorsões, sequestros, associação criminosa, homicídio e estupro compõem a extensa ficha criminal de Ademir Lúcio Araújo Ferreira, 52. Ele possui registros de prisões desde o final da década de 1980, tendo passado mais da metade de sua vida infringindo leis, e saiu da cadeia em dezembro de 2016.
Prisões em flagrante (no Rio Grande do Sul)
27/09/2007 - Receptação e extorsão
17/04/2008 - Uso de documento falso
26/03/2008 - Extorsão
07/04/2008 - Extorsão
08/07/2009 - Ameaça
22/07/2009 - Sequestro e formação de quadrilha
14/01/2010 - Sequestro
21/04/2012 - Facilitou a entrada de telefone em presídio
10/08/2013 - Descumpriu decisão judicial
Setembro de 2013 - Extorsão
12/11/2013 - Ameaça
27/03/2014 - Tentativa de estelionato
11/02/2016 - Ameaça
Prisões por mandados
Outubro de 1988 - Estelionato
Outubro de 1989 - Estelionato
Março de 1996 - Homicídio
Abril de 1997 - Roubo
Julho de 2014 - Roubo (Porto Alegre)
Fevereiro de 2015 - Roubo
Outubro de 2017 - Estupro de Vulnerável
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