Aos 5 anos idade, a pequena Marina Campos Cunico ficou sabendo que sua prima havia perdido o cabelo e morrido em razão de um câncer. Diante da situação, ela cortou os longos cabelos para doar para quem passava pela mesma situação e, desde então, se engajou em iniciativas e projetos para ajudar o próximo, sobretudo as crianças mais carentes.
Hoje com 12 anos, Marina faz e ensina a fazer o bem. Depois de doar o cabelo, ela tomou frente em várias ações e atualmente está à frente do que ela chama de uma teia do bem, atraindo donativos e pessoas que querem ajudar em seus projetos.
Um deles é a doação de mochilas e kits escolares a crianças que não têm recursos para adquirir um bom material. Todo início de ano, são 360 mochilas doadas com material.
Eu escolho doações de materiais e monto os kits, e compra as mochilas com dinheiro doado também. Todo começo de ano eu recolho e tenho cuidado de separar os kits de acordo com o que a criança gosta e pela idade para ela realmente gostar, conta.
Ela ainda faz ações de reciclagem, doando o dinheiro arrecadado para famílias carentes, e criou a Lojinha da Marina, onde pessoas contribuem com roupas e calçados em bom estado, e crianças humildes fazem oficinas, ganham uma moeda de troca chamada de amor real e compram as roupas.
Tem criança que não tem direito de ter o sapato do tamanho certo, da cor que gosta, sendo que eu posso escolher o que quiser. Quando percebi isso, fiquei triste e chocada, daí a ideia da lojinha, que sempre atrai muitas crianças, diz. Tamanha solidariedade vem de berço: a mãe, Fabiana Franco, sempre foi envolvida com causas sociais e ajudou a criar o movimento Outubro Rosa, da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc).
Surpreendendo e dando verdadeiras lições desde cedo, Marina já ganhou prêmios pelos seus projetos e até teve um selecionado para participar de um comercial de TV. No ano passado, lançou o livro Minha Vida, contando suas histórias para o público infantil. A publicação, que é adaptada para deficientes visuais e auditivos, teve renda revertida para a Santa Casa de Misericórdia.
Para o futuro, a pequena sonha ainda mais alto. Quer criar a Escolinha da Marina, com um caminhão de reforço escolar itinerante nas periferias.
Apesar das iniciativas, ela afirma ser uma criança normal. Eu brinco, vou à escola e ao shopping com minhas amigas. Só tenho um hobbie a mais e estou cumprindo meu dever como cidadã.
Como não poderia ser diferente, ela indicou como capixaba que merece destaque outra engajada em melhorar a vida das crianças: a professora Luciene Pratti Chagas, coordenadora do Grupo Musical Serenata.
Quem é Luciene Pratti Chagas
Capixaba de Aracruz e professora da rede municipal de Educação de Vitória, ela encontrou na música uma forma de melhorar a qualidade de vida das crianças, criando há oito anos o projeto Serenata, no Bairro do Quadro, em Vitória. Hoje são 65 crianças da comunidade entre 4 e 18 anos que fazem as aulas de canto e se apresentam quando o grupo é convidado. É a música como uma alternativa, uma possibilidade de vida feliz, resume.
Quer ver algum capixaba contar sua história neste espaço? Escreva para [email protected]
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