Previsto para ser reinaugurado neste sábado (31), o Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, em Vitória, já possui imóveis à venda. O custo de cada unidade anunciada em sites da internet ultrapassa R$ 1 milhão. O empreendimento de alto padrão possui 166 apartamentos e estava interditado desde 19 de abril de 2016, para a reforma e reconstrução da área de lazer que desabou, deixando um morto e quatro feridos.
A reportagem encontrou na internet quatro apartamentos disponíveis: o mais barato de 142 metros quadrados, com quatro quartos, sendo três suítes, custa R$ 1,1 milhão. Já outro imóvel de 180 metros quadrados, quatro quartos e três vagas na garagem é anunciado por R$ 1,4 milhão.
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O corretor de imóveis responsável pelo anúncio ainda oferece outra unidade por 1,6 milhão e uma cobertura pelo valor de R$ 2,3 milhões. Entregue em dezembro de 2009, o empreendimento possui três torres, e segundo os anúncios da internet, o valor do condomínio é de R$ 1 mil.
Após o desabamento, além da reconstrução da área de lazer, estavam previstas outras melhorias ao local como, a ampliação do salão de festas, espaços fitness e gourmet e adega; adequação estrutural das torres - que receberam uma capa de concreto ao longo da fachada, para garantir total estabilidade; sistema de segurança redesenhado, com a criação de uma sala de segurança e monitoramento; inclusão de vagas com infraestrutura para carros elétricos; separação das piscinas coberta e descoberta e inclusão de aquecimento solar na piscina coberta.
NA JUSTIÇA
Quatro engenheiros foram acusados de terem causado o desabamento do Grand Parc Residencial. A denúncia contra eles, feita pelo Ministério Público do Estado (MPE) foi aceita pela Justiça estadual. Eles agora são réus em ação que tramita na 6ª Vara Criminal de Vitória, sob a acusação de causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de alguém.
O engenheiros também respondem por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A área de lazer do condomínio desabou em julho de 2016, matando uma pessoa e ferindo outras quatro.
Foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPES) Alexandre Scola, Carlos Augusto Calmon Nogueira da Gama, Otamar Azeredo Rogério Filho e Sérgio Luiz Passos de Miranda por transgressão as normas dos artigos do Código Penal 256 (desabamento na modalidade culposa), 121, com os parágrafos 3 e 4 (homicídio culposo), e ainda o artigo 70, por não seguirem regra técnica de profissão, arte ou ofício.
RELEMBRE
O desabamento da área de lazer do condomínio Grand Parc Residencial aconteceu às 3h da manhã do dia 19 de julho de 2016 e matou o porteiro Dejair das Neves, 47, que trabalhava no residencial. Outras quatro pessoas ficaram feridas, incluindo o síndico, José Fernando Leite Marques. Os 166 apartamentos das três torres foram interditados.
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A obra de reforma começou em 2017 e a previsão, na época, era de que cerca de R$ 130 milhões seriam desembolsados nos próximos anos para pagar as indenizações e a reconstrução do condomínio. Além de reerguer a área que desabou, a reforma inclui reforço na estrutura nas três torres do condomínio.
Desde o desabamento, os condôminos estão espalhados pela Grande Vitória morando de aluguel custeado por um aporte dado pelas empresas responsáveis pela incorporação e construção. Os prédios passaram por reforma e toda a área desabada foi reconstruída.
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