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Associações policiais e dos bombeiros recusam reajuste do governo

Associações policiais e dos bombeiros recusam reajuste do governo

A Frente Unificada dos sindicatos e associações da PM, Polícia Civil e Bombeiros diz que o reajuste está distante da recomposição salarial solicitada por eles e que o governo não debateu a proposta com os representantes das categorias

Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 23:16

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Operação da Polícia Militar no Complexo da Penha . (Fernando Madeira)

A Frente Unificada, que envolve oito instituições que representam os policiais militares, civis e os bombeiros, recusou a proposta de reajuste salarial oferecido pelo governo do Estado. Destaca que não houve discussão com as categorias e que o percentual oferecido está distante da recomposição salarial por eles solicitada.

Um documento divulgado pelo movimento assinala que o índice oferecido, de 4% em julho deste ano e ainda nos anos de 2021 e 2022, "é absolutamente aquém do justo, merecido e necessário para a recomposição salarial para nossas categorias". É dito ainda: "Diante de tais circunstâncias, estamos aqui declarando que não aceitaremos indicadores que estão fora da nossa proposta justa de recomposição salarial".

O texto acrescenta ainda que não houve nenhuma discussão com a proposta de recomposição apresentada pela Frente Unificada, em três ocasiões no ano de 2019, a representantes do Governo. "Nem sequer houve uma única reunião técnica para tal discussão, lembrando que já enviamos recentemente até mesmo uma Notificação Pública ao Governador Renato Casagrande, tudo dentro do processo legal e democrático", diz o texto do documento.

O delegado Rodolfo Laterza, presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol-ES) e vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindepes), ambos integrantes da Frente Unificada, confirma o teor do documento e acrescenta: "Estados com situação muito pior do que a do Espírito Santo estão oferecendo reajuste muito maior. Com o que estão propondo vamos continuar com o pior salário do país", destaca.

Os sindicatos e associações vão participar de um encontro na próxima segunda-feira (10), na Assembleia Legislativa, quando esperam que o assunto possa ser discutido.

MAIS POLÊMICA

Outro ponto envolvendo o reajuste e que causou polêmica foi a divulgação de um vídeo, na tarde desta sexta-feira (07), onde aparece o diretor de Polícia Civil, Darcy Arruda, ao lado de alguns sindicalistas. Segundo Laterza, o material foi divulgado antes mesmo da proposta ser oficialmente feita pelo governo do Estado. "O material foi feito à revelia do Conselho da Polícia Civil e das entidades que representam os policiais. Anunciam que aceitam o reajuste, sem terem nos consultado", relata.

Segundo ele, na segunda deverá ser convocada uma assembleia de todos os delegados para avaliar a situação. "Há até uma proposta de entrega de todos os cargos. Consideramos um ato grave o que foi feito", destacou.

PERITOS DA POLÍCIA CIVIL

Outro sindicato contrário ao reajuste, e que não faz parte da Frente Unificada, é o dos peritos da Polícia Civil, o Sindiperitos. Segundo o seu presidente, Antonio Tadeu Nocoletti Pereira, os peritos possuem o pior salário do país. "A média nacional de salário dos peritos oscila em R$ 13 mil, o nosso é de R$ 5 mil", relata.

Segundo ele, o governo do Estado não respeita nem as regras o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). "É recomendado pelo Susp a valorização da perícia, o que não acontece no Estado. Mandamos até um documento para o Ministério da Justiça solicitando que as verbas destinadas à perícia sejam carimbadas. O governo solicita investimentos do Susp para a perícia, mas não cumpre as exigências", relata.

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Tadeu diz ainda que na próxima segunda-feira vai ser convocada uma assembleia da categoria. "A intenção é darmos início a uma operação padrão com entrega ainda de todos os cargos de chefia", disse, acrescentando que além do reajuste salarial o sindicato quer isonomia com o salário dos delegados, como ocorre em seis Estados brasileiros e ainda com a Polícia Federal.

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