Um atraso na chegada de urnas gerou polêmica na consulta informal para a escolha de quem vai assumir a reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Pelo menos seis pontos de votação, no Hospital das Clínicas e no campus de Maruípe, tiveram problemas. A comissão que organiza a consulta confirma a falha, apontando como justificativa o trânsito que atrapalhou o deslocamento das equipes de mesários.
Todos os servidores ativos e os alunos podem participar da consulta, que pode embasar a lista tríplice de candidatos a reitor, feita pelos conselhos superiores da universidade, que será enviada para o presidente Jair Bolsonaro (PSL). O voto é manual e quase 35 mil pessoas podem votar na consulta, que iniciou às 7h e vai até as 21h. Cabe ao presidente decidir quem será o novo reitor e Bolsonaro pode optar por não escolher o primeiro dessa lista. Segundo um levantamento do site G1, desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro escolheu não seguir a vontade da comunidade acadêmica na hora de nomear o novo reitor ou reitora de universidades federais em 6 das 12 oportunidades que teve.
Na Ufes, duas chapas se inscreveram para essa consulta informal: a da atual vice-reitora Ethel Maciel e da atual diretora do Centro de Ciências da Saúde, Gláucia Abreu, que se coloca como oposição à atual gestão da universidade.
A chapa da Gláucia registrou uma reclamação sobre o atraso das urnas junto à comissão que organiza a consulta. Ela afirma que a chapa ainda não decidiu se tomará outras medidas. A candidata reclama que o problema prejudicou o direito a voto de muitos servidores do hospital que encerraram o plantão às 7h. Gláucia relatou que algumas urnas desses pontos só foram chegar com mais de uma hora de atraso.
"O início de votação na universidade foi muito complicada e comprometida por conta disso. O Hospital Universitário funciona em esquema de plantão. Muitos plantonistas que deixaram seus plantões às 7h não tinham as urnas prontas pra votar. Falando em democracia, seguramente algumas pessoas não puderam votar", lamentou.
O presidente da Comissão Independente de Pesquisa Informal, Antônio Carlos Moraes, disse que o deslocamento das urnas, que saíram da reitoria da Ufes, no campus de Goiabeiras, sofreram esse atraso devido ao trânsito em Vitória. Ele pondera que a falha não afetará o resultado porque esses plantonistas podem votar até 21h.
"Os mesários receberam as urnas na reitoria e se encaminharam para os pontos. Acabou levando um tempo por causa de trânsito, mas nada que seja comprometedor. Eles tem até 21h para votar", justificou.
A Universidade Federal do Espírito Santo foi procurada, mas não se pronunciou sobre o caso. A comissão que organiza a consulta, formada por servidores e alunos, é independente da Administração Central da Ufes. A reportagem também tentou contato com a candidata Ethel Maciel para comentar a falha, mas a pesquisadora não atendeu as ligações.
Além dessas duas chapas, a professora Surama Freitas, que atua no campus de Alegre, também manifestou o desejo de assumir a reitoria, mas escolheu não participar da consulta informal, que não é oficial nem deliberativa. O nome dela, no entanto, pode constar na lista tríplice que será enviada ao Governo Federal. Isso porque a formação dessa lista cabe aos 77 conselheiros que compõem os conselhos superiores.
O resultado da pesquisa será encaminhado para o Colégio Eleitoral, formado pelos conselhos superiores da Ufes, que podem ou não levar em conta o que decidiu a maioria da comunidade acadêmica. O colégio vai definir no dia 5 de dezembro as três chapas que vão compor a lista que vai ser encaminhada para Bolsonaro. A chapa escolhida pelo presidente ficará à frente da Ufes pelos próximos quatro anos.
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