A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que os novos aparelhos que identificam a presença do álcool no ambiente vão ser usados a partir desta quinta-feira (16). Ao todo, 25 equipamentos foram adquiridos. De acordo com a PRF, a tecnologia, chamada de etilômetro passivo, indica a quantidade de álcool em dois segundos e, por isso, vai agilizar o trabalho de abordagens a veículos.
Inicialmente eles serão usados apenas na BR 101. Mas, segundo o superintendente da PRF, Wyllis Lyra, podem ser utilizados em outras BRs que passam pelo Estado, se necessário.
Os policiais vão receber um treinamento de como a ferramenta funciona, e os aparelhos vão ser distribuídos nesta quinta-feira (16) entre as unidades da PRF no Estado que ficam na Serra, em Viana, em Guarapari e em Linhares. A aquisição da tecnologia foi divulgada com exclusividade pelo colunista Leonel Ximenes, de A Gazeta.
Isso não significa que os policiais vão sair abordando os veículos na rodovia. O aparelho vai ser usado em situações que precisam da agilidade da polícia como em grandes eventos.
Lyra explicou que o aparelho é pequeno e, quando o coloca no interior do veículo, em apenas dois segundos o equipamento indica o nível de álcool no ambiente. Quanto mais próximo do condutor, mais próximo do resultado real será. O aparelho calcula a quantidade de álcool na amostra, semelhante ao nosso bafômetro. A luz branca mostra que ele está pronto para uso. A luz verde indica que o condutor pode seguir viagem. A luz amarela aponta que há uma certa quantidade de álcool no ambiente e a luz vermelha aponta a quantidade que é considerada crime", explicou Lyra.
Segundo o superintendente, enquanto o policial tem uma conversa rápida com o motorista, o aparelho capta no ambiente se há presença de álcool. O equipamento faz aquele trabalho que o policial faz no seu dia a dia, ele seleciona o indivíduo que tem o odor etílico, uma característica de ter ingerido a bebida alcoólica. Em uma abordagem normal, eu paro o veículo, converso com o condutor e sinto aquele odor. Então ele é convidado a fazer o teste de etilômetro. E esse equipamento faz isso.
Após identificar a presença de álcool, o condutor do veículo vai ser convidado a fazer o teste do bafômetro. "A fiscalização de consumo de álcool exige um equipamento que emite um laudo. Esse equipamento é à parte. Esses aparelhos novos adquiridos fazem a seleção (triagem) de quando será necessário que o condutor faça o teste do bafômetro convencional".
Os aparelhos, ao todo, custaram R$ 70 mil. O valor foi pago pela Eco101, concessionária que administra a BR 101 no Espírito Santo, com os recursos de reaparelhamentos. Esse investimento está previsto no contrato de concessão.
ENTENDA
Luz verde: nenhum ou pouco álcool (0 a 0,04 mg/L)
Luz amarela: certa quantidade de álcool detectada (0,05 a 0,26 mg/L)
Luz vermelha: alta quantidade de álcool detectada (0,26 mg/L ou acima)
ENTREVISTA
Superintendente da PRF, Wylis Lyra
Em uma blitz, nem todos os carros são parados. Nesse caso todos os carros serão parados?
O objetivo desse equipamento é fiscalizar, se não a totalidade, a maioria dos veículos. Então nós vamos ter uma abrangência maior e uma eficiência maior, porque nós vamos submeter ao teste de etilômetro normal aquele que já há um indício de estar sob efeito de álcool.
Se o carro estiver abastecido com álcool também vai detectar?
Sim. O ar pode estar poluído por outros fatores, por exemplo, se uma garrafa de álcool quebrou dentro do veículo. Por isso que nós em seguida vamos fazer o teste com o condutor.
E o enxaguante bucal e o bombom de licor?
Também podem ser detectados se colocado próximo dessa pessoa que fez esse consumo. Mas o teste final vai identificar se o condutor está hábil ou não para dirigir.
Esse equipamento é caro? Só a PRF vai usar?
Nós estamos adquirindo. Eles serão utilizados inicialmente na BR 101, ao custo de aproximadamente R$ 2.800 cada aparelho. O preço é semelhante (ao bafômetro). A vantagem é a agilidade, a quantidade de testes. Ele permite fazer 5 mil testes. Vai agilizar nosso serviço.
Segundo a lei, ninguém é obrigado a fazer o teste por não ser obrigado a produzir prova contra si mesmo. Como se faz nesse caso?
Por isso nós falamos que não é um teste. Ele [é uma forma de selecionar aquele que há um indício de ter ingerido bebida alcoólica. Esse trabalho já é feito pelo policial. Ele seleciona aqueles que há um indício para fazer o teste.
Esse equipamento serve como indício de embriaguez?
Sim. Vai nos ajudar como um indício, colaborando por algumas informações que o policial vai notar, como olhos vermelhos, as vestes desajeitadas. Há uma informação complementar para a continuidade do serviço.
Já é usado em outras cidades?
É usado em Brasília, o Detran já adquiriu. A Polícia Rodoviária Federal fez testes e o resultado foi muito positivo.
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