A faixa etária de vacinação contra o sarampo foi ampliada pela Secretária de Estado de Saúde (Sesa). Bebês de seis a onze meses, que antes não eram vacinados para a doença, agora terão prioridade na imunização. A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (14) após uma reunião por vídeo com representantes do Ministério da Saúde por causa da confirmação de um caso no Estado.
Um jovem de 19 anos, moradora de Nova Rosa da Penha, em Cariacica, foi diagnosticada com sarampo após apresentar os sintomas e procurar uma unidade de saúde. Ela havia ido à cidade de São Paulo, onde há mais de 900 casos. Outros dois casos suspeitos de pessoas infectadas, um em Vila Velha e outro em Viana, ainda estão sendo investigados.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo, explicou que a ampliação é para bebês da Grande Vitória. Pedimos essa ampliação da vacinação para essa faixa pois a Grande Vitória é praticamente único, toda interligada. Seria complexo restringir apenas para os bebês de Cariacica. Então, a partir dessa conversa com o Ministério da Saúde, foram incluídos os outros seis municípios, explicou.
DOSE EXTRA
Danielle Grillo explicou que essa dose não é considerada válida no calendário de vacinação de crianças, uma vez que as duas doses obrigatórias são aos 12 meses e aos 15 meses de idade. A medida foi tomada apenas para evitar um surto epidemiológico e também porque as crianças são mais suscetíveis a forma mais grave da doença.
Essa vacinação do público infantil, de 6 a 11 meses, só é desencadeada em situação de risco epidemiológico, é uma proteção adicional dessas crianças. Por isso, o calendário de vacinas dessas crianças deve ser seguido adequadamente para a proteção no futuro, afirmou.
Assim, nas idade de 1 ano e 1 anos e 3 meses, o bebê já vacinado contra o sarampo deve tomar as vacinas novamente.
Os responsáveis por bebês com essa idade que moram no interior do Estado devem levá-los para tomar a dose na cidade de origem, pelos menos 15 dias antes, se pretendem se deslocar para as cidades de Vitória, Serra, Cariacica, Vila Velha, Viana, Guarapari e Fundão - municípios que integram a Grande Vitória.
BLOQUEIOS
A Sesa informou que foram realizados bloqueios vacinais diante dos dois casos suspeitos de sarampo e também o da jovem infectada. Os bloqueios consistem em vacinar todas as pessoas nos espaços em que as três pessoas suspeitas de portar os vírus frequentaram até seis dias antes do aparecimento das manchas vermelhas e quatro dias depois.
Além dos bebês, devem receber a vacina pessoas com idade de 1 a 49 anos que não tenham sido tomado a vacina tríplice viral, que imuniza contra o sarampo, rubéola e caxumba. Para essas pessoas que tenham até 29 anos, são duas doses com intervalo de 30 dias.
Já para a faixa etária de 30 a 49 anos, o recomendado apenas uma dose. As vacinas são fornecidas nas unidades básicas de saúde de cada município.
Quem já teve sarampo e está dentro do público que deve receber a vacina, também deve procurar o posto de saúde pois precisa tomar uma dose da vacina tríplice viral para evitar que seja infectado por rubéola ou caxumba, uma vez que está imune ao sarampo.
COBERTURA
O Estado tem hoje a cobertura de 90% das crianças de um ano de idade vacinadas no Estado. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 95%. A porcentagem que falta está distribuída no Estado. A cobertura é boa, mas ainda não está no patamar ideal. Vamos focar na ampliação da vacinação dos bebês na Grande Vitória, nas crianças que vão se deslocar para a Grande Vitória ou para municípios de outros Estados que tem surto da doença, pontuou Grillo.
TEM VACINA?
Ao ser questionada se a Sesa possui vacinas suficientes para atender a todos que precisam, Danielle Grillo respondeu: Dentro da rotina de vacinação, o Espírito Santo tem vacina suficiente. Temos um bom estoque de tríplice viral.
Em âmbito nacional, o Estado está em vigilância do vírus e fazendo combate imediato. O importante é se vacinar, manter a carteira em dia. Quem está vacinado devidamente, não precisa se preocupar. O Espírito Santo, hoje, está em alerta. Temos um caso confirmado que é importado, ou seja, foi infectado em São Paulo e veio para nosso Estado. Mas o cenário de outros estados é preocupante, explicou Danielle.
O último registro de caso de registro de sarampo no Espírito Santo foi em 2013, mas de uma pessoa que havia ido a outro estado com surto da doença. Atualmente, os estados de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro estão com epidemia.
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