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Canhões de névoa vão reduzir poeira de pátio em até 80%, diz Vale

Canhões de névoa vão reduzir poeira de pátio em até 80%, diz Vale

A mineradora explicou que fatores climáticos vão disparar sistema para ligar o equipamento e aspergir a névoa úmida sobre o pátio de pelotas de quatro usinas, em Tubarão

Publicado em 7 de junho de 2019 às 21:46

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Canhões de névoa no pátio de pelotas da Vale. (Agência Vale)

Começaram a funcionar no pátio de pelotas de minério da Vale, na Ponta de Tubarão, em Vitória, três canhões de névoa que são usados para diminuir a emissão de material particulado (poeira) e impedir que ele se espalhe pelo ambiente. A tecnologia é inédita no Brasil: os canhões são como turbinas de aviões, que lançam microbolhas de água sobre as pilhas, formando uma espécie de neblina. A expectativa é que eles possam reduzir em até 80% a emissão de poeira a partir do pátio de pelotas das usinas de 1 a 4. 

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Quanto ao pátio onde ficam as pilhas de minério, a mineradora informou que já utiliza um produto a base de celulose, que tem aspecto esbranquiçado. Quando ele é aspergido, forma uma espécie de capa protetora sobre as pilhas, que protege o minério da ação do vento, juntamente com as barreiras chamadas wind fence. 

CANHÃO: 150 METROS DE ALCANCE

Cada canhão projeta névoa em um raio de 150 metros. Essa neblina impede a suspensão de poeira e também retira da superfície o sedimento que está suspenso. O equipamento utiliza água captada em poços e barreiras hidráulicas da empresa.

De acordo com o especialista em meio ambiente da Vale, Romildo Fracalossi, a eficiência do equipamento é de até 80%, porém, somente após três meses de uso será possível afirmar de quanto será a redução de poeira nesse pátio.

“Naquele pátio esperamos reduzir entre 50% e 80%. Cada operação tem sua característica. Fizemos a modelagem matemática e estamos testando na operação industrial. Com um pouco mais de tempo vamos conseguir medir essa eficiência”, disse.

O pátio de pelotas já possui wind fence, que é uma barreira de vento, e supressor de pó. Mesmo assim, o local gera cerca de quatro quilos de poeira por hora. Segundo Fracalossi, com esse novo equipamento, a expectativa é que as pessoas percebam a redução de pó preto nas residências. “Nossas fontes estão sendo tratadas com essas tecnologias para que a gente possa reduzir ao máximo a nossa influência nessa poeira que se deposita e causa incômodo para as pessoas”, contou.

Canhões de névoa no pátio de pelotas da Vale

FATORES CLIMÁTICOS ACIONAM EQUIPAMENTO

Os canhões são acionados automaticamente a partir de uma estação meteorológica que mede as condições climáticas e a concentração de partículas no pátio. Eles são acionados caso a velocidade do vento ultrapasse os 5 km/h; se a direção do vento for nordeste; se chover menos de um milímetro em sete dias; se a concentração de particulado (PM10) for maior que 50 microgramas por metro cúbico e se a radiação solar for maior que 250 watts/m². Apenas uma dessas condições já aciona os canhões, que começam a funcionar 30 segundos após a identificação.

O secretário de Meio Ambiente de Vitória, Luiz Emanuel Zouain, aprovou a instalação dos novos equipamentos no pátio de pelotas, mas destacou que é preciso aguardar um tempo para ver se realmente os canhões de névoa vão apresentar resultados positivos.

“Nós estamos construindo nossa própria rede de monitoramento. Hoje, quem faz o monitoramento atmosférico da Grande Vitória é o Iema. Queremos ter o nosso próprio controle sobre essa situação, para fazermos a aferição, por exemplo, desse tipo de instrumento. Vai funcionar? qual o nível de poluição hoje? como será quando tudo isso estiver funcionando? Precisamos ser igual São Tomé, precisamos ver para crer”, salientou.

A instalação dos canhões de névoa faz parte do Termo de Compromisso Ambiental (TCA) assinado pela empresa, com ações para redução de pó preto e outros poluentes até 2023. Esse ano ainda serão concluídos o fechamento inferior do píer de carvão e o enclausuramento da baia de insumos da Usina 8.

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