O deputado estadual Lucínio Castelo Assumção, mais conhecido como Capitão Assumção (PSL), foi para a tribuna da Assembleia Legislativa, no final da tarde desta segunda-feira (30), e criticou duramente a juíza Gisele Souza de Oliveira, da 4ª Vara Criminal de Vitória, que o condenou por liderar a greve da Polícia Militar em fevereiro de 2017. O parlamentar disse que a magistrada é incompetente para apreciar o caso, e sua sentença ridícula.
Assumção declarou que, se fosse o principal articulador da greve, se sentiria orgulhoso porque a defesa da categoria é o princípio de sua atuação que, inclusive, o levou à carreira política. Durante 22 dias de paralisação, o Estado se transformou em um caos, com assaltos, furtos, saques e um saldo de mais de 200 mortes.
Para Assumção, a magistrada está forçando um juízo de culpa sobre a conduta que teve durante a greve, e ele se apega a um documento oficial da PM para justificar que a sentença de Gisele Souza tem base frágil. O deputado ressalta que a juíza se refere a postagens que ele fez em redes sociais como forma de instigar a categoria, no dia 4 de fevereiro de 2017, mas que um relatório do comando da PM sustenta que o movimento começou na véspera.
Assumção sustenta que, se a juíza Gisele Souza quiser apreciar processos envolvendo PMs, precisa trocar de lugar com o magistrado da Auditoria Militar. O deputado estadual sugere que a condenação que sofreu é uma estratégia da juíza para voltar holofotes para si, e que a condenação seria uma luta pelo poder.
O parlamentar avalia ainda que o seu processo ganhou celeridade após seu discurso na Assembleia, em que ofereceu recompensa de R$ 10 mil a quem matasse o suspeito de um homicídio em Cariacica.
O deputado diz também que "alguém precisa informar a ilustre juíza" que, antes mesmo de haver o bloqueio dos batalhões no período da greve, a Polícia Militar já estava parada pela falta de infraestrutura e condições de trabalho. E reforçou: "É uma sentença mentirosa e ridícula!"
Procurada, a assessoria do Tribunal de Justiça informou, por nota, que a juíza não comenta declaração de réu e não concede entrevista sobre decisões.
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