O capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, de 37 anos, contaminado por dietilenoglicol, substância tóxica encontrada na cerveja Belorizontina, em Minas Gerais, continua internado em estado grave. De acordo com amigos, o quadro clínico do engenheiro é estável.
Luiz está internado na CTI do Hospital Unimed Contorno, na capital mineira. Ele não está em coma, mas não consegue abrir os olhos, segundo relato de amigos. Nesta segunda-feira (13), o capixaba chegou a responder a pequenos estímulos. O caso porém, segue sendo grave.
Natural de Marataízes, Luiz Felippe vive em Belo Horizonte com a mulher, onde trabalha como engenheiro metalúrgico. Ele é uma das dez pessoas internadas, até o momento, por contaminação de dietilenoglicol, substância tóxica encontrada pela Polícia Civil em amostras da cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer, em Minas Gerais. Após o caso, a empresa foi fechada pelo Ministério da Agricultura.
Amigos afirmam que o engenheiro começou a passar mal já nas vésperas do Natal, após, junto ao sogro, ingerir a cerveja Belorizontina, no bairro Buritis, onde mora. Os dois começaram a sentir enjoos, febre e fortes dores abdominais. No dia 30 de dezembro, Luiz foi encaminhado para um hospital de Belo Horizonte, onde permanece internado.
Já o sogro de Luiz, o bancário Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, foi internado em um hospital em Juiz de Fora, na zona da Mata mineira. Ele não resistiu e morreu na última terça-feira (7). Ele é a primeira e única morte registrada pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais até agora.
A Polícia Civil de Minas Gerais ainda não sabe como a contaminação aconteceu, e disse que não é possível afirmar que tenha ocorrido dentro da cervejaria. A investigação, porém, não descartou uma possível "sabotagem", que poderia ter sido feita por um ex-funcionário. O caso segue sendo investigado e novos lotes da cervejaria analisados. Até o momento, a substância dietilenoglicol foi encontrada em três lotes da cerveja, um deles na linha "Capixaba", que é a mesma que a Belorizontina, porém com rótulos diferentes.
Por meio de nota, a Backer informou que "mantém o foco nos pacientes e em seus familiares". A empresa disse que prestará o suporte necessário e reiterou que não utiliza o a substância tóxica dietilenoglicol em nenhuma de suas etapas de produção. A Backer continua colaborando com o trabalho de investigação da polícia. Confira a nota completa:
"Nesse momento, a Backer mantém o foco nos pacientes e em seus familiares. A empresa prestará o suporte necessário, mesmo antes de qualquer conclusão sobre o episódio. Desde já se coloca à disposição para o que eles precisarem. A cervejaria informa que continua colaborando, sem restrições, com as investigações. A empresa segue apurando internamente o que poderia ter ocorrido com os lotes de cerveja apontados pela Polícia. A Backer adianta que, na semana passada, solicitou uma perícia independente e aguarda os resultados. Reitera que, em seu processo produtivo, utiliza, exclusivamente, o agente monoetilenoglicol".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta